O nazismo NÃO é de esquerda! Saiba didaticamente o motivo



Por Wesley Sousa - graduando em Filosofia pela UFSJ.


As redes sociais em medida que nos dá ou fornece mecanismos de conhecimento, por outro lado, também nos contempla com um mar de inutilidades, mentiras e boataria.  Dentre essas patranhas todas, um dos mitos mais repetidos pela nova extrema-direita é que o nazi-fascismo seria “esquerdista”. Mas quem e por que propagam isso?

De forma simples, podemos colocar isso em dois grupelhos, porém imbricados entre si:

1) Os “libertários” mais grosseiros, que acham que esquerda é “mais estado” e que direita é “menos estado” (o que não tem nada a ver); consideram que até a ditadura militar brasileira foi de esquerda porque tinha intervenção estatal; que Lula é comunista, e anarquismo é de direita; e a única ditadura de direita que já existiu foi a de Pinochet; e os ideólogos do liberalismo levado às últimas consequências.

2) Os conservadores mais 'espertos' que não apenas reconhecem que as ditaduras de direita que não são nazifascistas são realmente de direita, como defendem estas ditaduras em alguma medida. E os relativistas acéfalos que afirmam que a ditadura-militar brasileira não 'foi ruim', etc.


O primeiro grupo é composto por supostos intelectuais do “contra aquilo que está aí”, tipo Rodrigo Constantino, Olavo de Carvalho, Felipe Moura, entre outros metidos a inteligentíssimos. O segundo é bem mais perigoso, pois este grupo tem uma linha de argumentação baseada em dois mitos: o nazifascismo era de esquerda e o nazifascismo pode ser nivelado com o stalinismo. Dessa forma, este grupo argumenta que as ditaduras, que são o nazifascismo e o stalinismo são de esquerda, e tais ditaduras à direita são apenas autoritárias.

Esse grupo argumenta ainda que os autoritarismos de direita são um mal menor, necessários para evitar um mal maior que são os totalitarismos de esquerda. Justificam a deposição de João Goulart, Salvador Allende, Manuel Zelaya e a tentativa de deposição de Hugo Chávez dizendo que “Hitler também foi eleito”, e por aí vai. É uma analogia completamente nonsense (sem sentido), falaciosa, apenas utilizada com o propósito de defender o autoritarismo de direita.

Um dos principais “argumentos” que esse pessoal usa para alegar que o nazismo, fascismo, etc. é de esquerda (ou extrema-esquerda) é o nome. Porém, isso é raso e demagogo:

O nome do partido de Hitler ser o NSDAP – “NazionalSozialitisch Deutsche Arbeiter Partei” (Partido Nacionalsocialista Operário Alemão). O “NazionalSozialismus” era abreviado como “Nazismus” e considerado a versão alemã do nazi-fascismo. Na Espanha os fascistas se chamavam “falangistas”, na Croácia “ustaches”, na Romênia, “guardas-de-ferro”, no Brasil era o “integralistas”, e na Itália, “fascistas”.


Esse argumento é, além de inválido, desonesto. Vejamos:


A ARENA significava “Aliança Renovadora Nacional” e não renovou coisa nenhuma. Ela apoiou e deu sustentação a uma Ditadura Militar (assassina, corrupta e terrorista), promovendo um gigantesco retrocesso político, econômico, cultural e social no Brasil. Logo, “Renovadora” ela não tinha coisa alguma.

E depois a ARENA mudou de nome para PDS (Partido Democrático Social), PFL e agora se chama DEM. Eles eram ou são todos partidos conservadores e de Direita que, no entanto, procuravam (e que ainda tenta, no caso do DEM) se apresentar como sendo ‘progressistas’, ‘democráticos’ e defensores da justiça social, embora jamais tenham sido nada disso. Basta-nos ver o caso do senador Ronaldo Caiado-GO, o presidente do Partido.

E vejam o caso do PSDB: o partido se diz Social-Democrata, mas na prática é um partido Neoliberal, defensor do Estado Mínimo e de privatizações desnacionalizantes que somente beneficiam os grandes capitalistas. E o PSDB ainda reprime e criminaliza os movimentos sociais em geral (vide a forma como trata os estudantes e professores do governo do estado de SP; MG com Aécio Neves e PR com Beto Richa, por exemplo). Até o Delfim Netto, economista conservador, sempre ironizou esse fato, ou seja, que o PSDB é o único partido social-democrata do mundo que não tem nenhum operário entre seus líderes. Logo, Social-Democrata o PSDB não tem absolutamente nada.


Portanto, a simples presença de uma determinada expressão (Socialista, Democrático, Renovador, Social-Democrata, etc) no nome de um partido não pode ser usado como sendo suficiente para dizer que tal partido representa exatamente aquilo que ele diz ser. 


Alguns ainda tentam atribuir supostos dizeres ditas por líderes da extrema-direita para corroborar a tese infundada tal como a frase “Tudo dentro do Estado, nada fora do Estado”, dita – supostamente – por Benito Mussolini. Só que a defesa do Estado não é de direita ou de esquerda. Há liberais capitalistas que, baseados em Adam Smith e outros, defendem a redução bruta do Estado. Há anarquistas que pregam o fim do Estado. Há marxistas-leninistas que querem o Estado para transição comunista. Há fascistas que querem o Estado Total, e assim por diante.

Por exemplo, grandes empresas capitalistas da Europa e dos EUA exploraram a mão-de-obra escrava dos campos de concentração nazistas. E o empresário ianque Henry Ford (o dono da Ford, mesmo) chegou a ser condecorado por Hitler, que admirava as ideias anti-judaicas do empresário estadunidense. 

Outro fato vem do livro escrito por Adolf Hitler, “Mein Kampf” ou “Minha Luta”, onde ele declara explicitamente seu ódio pelo marxismo e deixa claro que a palavra “socialismo” no nome do partido nazista provém de uma interpretação completamente diferente do que os socialistas pregam. E um trecho evidencia isso:


“A doutrina judaica do marxismo repele o princípio aristocrático na natureza. Contra o privilégio eterno do poder e da força do indivíduo levanta o poder das massas e o peso-morto do número. Nega o valor do indivíduo, combate a importância das nacionalidades e das raças, anulando assim na humanidade a razão de sua existência e de sua cultura. Por essa maneira de encarar o universo, conduziria a humanidade a abandonar qualquer noção de ordem. E como nesse grande organismo, só o caos poderia resultar da aplicação desses princípios, a ruína seria o desfecho final para todos os habitantes da terra.” – página 53.


O anti-socialismo dos regimes nazi-fascistas foi marca primordial – e da extrema-direita para fundamentar suas doutrinas. Vejamos o que na página 116 de seu livro Hitler escrevera:


Pela segunda vez na minha vida, analisei profundamente essa doutrina de destruição [o marxismo] – desta vez, porém, não mais guiado pelas impressões e efeitos do meu ambiente diário, e sim dirigido pela observação dos acontecimentos gerais da vida política.  […]

Comecei a considerar, pela primeira vez, que tentativa deveria ser feita para dominar aquela pestilência mundial. Estudei os móveis, as lutas e os sucessos da legislação especial de Bismarck. Gradualmente o meu estudo me forneceu princípios graníticos para as minhas próprias convicções – tanto que desde então nunca pensei em mudar minhas opiniões pessoais sobre o caso. Fiz também estudo profundo das ligações do marxismo com o judaísmo.”.


Mais a frente na página 181 ele ainda afirma:


 “Não precisamos dizer nada sobre os mentirosos jornais marxistas. Para eles o mentir é tão necessário como para os gatos miar. Seu único objetivo é quebrar as forças de resistência da nação, preparando-a para a escravidão do capitalismo internacional e dos seus senhores os judeus.”.


Outro “argumento” lembrado por esses grupos é o tal Pacto Germânico-Soviético.  Mas de forma rápida podemos quebrar essa falácia:

Quem fala que os nazistas eram de esquerda gosta também de lembrar o pacto germano soviético de 1939. Mas a verdade é que este pacto não foi ideológico, apenas de conveniência para ambos os lados. Hitler não queria guerra em duas frentes, e além de tudo, precisava de suprimentos de matéria primas que a União Soviética poderia fornecer. Stálin previa que o pacto seria quebrado, mas considerou-o vantajoso porque haveria um tempo adicional para preparar seus exércitos. Não apenas entre 1941 e 1945, mas também entre 1933 e 1939, a Alemanha Nazista e a União Soviética eram grandes inimigos.

A maior evidência disso se viu durante a Guerra Civil Espanhola – em que cada um apoiou um lado (de um lado os anarquistas e de outro o militarismo de General Franco, financiados pela burguesia espanhola). Durante a República de Weimar – que precedeu a era de Hitler – a Alemanha e a União Soviética tinham relações diplomáticas e econômicas razoavelmente boas. O comércio entre Alemanha e União Soviética caiu bruscamente a partir de 1933, e só teve um pequeno momento de elevação entre 1939 e 1941. 

Atualmente, os neonazistas são chamados na Alemanha de rechtsradikale (a tradução é radicais de direita). Eles certamente não gostariam de ser chamados de esquerdistas. Aqui no Brasil, o adolescente que quer mostrar “mamãe, sou radical de direita” ou “comunismo não dá certo” ainda não sabe se vai virar neonazista ou se vai rejeitar de boca pra fora o nazismo e dizer que “o nazismo é de esquerda”. Irônico, não é mesmo?


E temos o argumento sobre a suposta política econômica “estatizante” de Hitler. Nada mais falso:

Na ditadura de Pinochet, militares e policiais a serviço dos golpistas cometeram graves, massivas e sistemáticas violações de direitos humanos: prisões arbitrárias, estupro, tortura, assassinato e desaparecimentos forçados. Ao mesmo tempo, a política econômica assessorada por Milton Friedman (um dos pais do neoliberalismo) e seus discípulos impunha a desregulamentação e privatização de mercados e serviços públicos.

Na edição de fevereiro de 2010 da Economic History Review, a mesma autora publicou um estudo específico sobre o caso da Alemanha Nazista, “Contra a Corrente: privatização nazista, na Alemanha dos anos 1930s”. Nesse artigo, Germa Bel diz que:


“(...) as privatizações no Chile [fascista, sob Pinochet] e na Grã-Bretanha, que começaram a ser feitas nos anos 1970s e 1980s, são em geral consideradas as primeiras políticas de privatização na história moderna (...). Nenhuma das análises econômicas contemporâneas da privatização leva em conta esse importante caso anterior e precursor: a política de privatização implementada pelo Partido Nacional Socialista (Nazi) na Alemanha. (...) Por menos que a moderna literatura econômica goste de lembrar, o governo nazista da Alemanha nos anos 1930s implementou uma das maiores políticas de privatização em grande escala que o mundo conheceu . E, adiante: Em meados dos anos 1930s, a Alemanha era o único país do mundo que ainda desenvolvia política de privatização (porque, então, a Itália fascista já encerrara o período das privatizações).”.


O objetivo dessas privatizações, nos dois casos, era principalmente “fazer caixa” pela venda de patrimônio público, para financiar o rearmamento, e também “o desejo de angariar maior apoio” dos grandes aristocratas (como, na Alemanha, os grandes industriais fabricantes de armas, os Thyssens, os Krupps e os Flicks), que receberam as cerejas do bolo do patrimônio público do povo alemão. 


O Liberalismo como agenda das políticas econômicas de Mussolini:

Não obstante, no período de 1922 a 1925, Mussolini e seu governo totalitário deram continuidade à política econômica do laissez-faire, por meio da coordenação de um ministro de finanças liberal, Alberto De Stefani. Sua administração reduziu impostos, regulamentações, restrições comerciais e procurou promover uma maior competitividade entre as empresas.

“Depois da nomeação de Mussolini como primeiro-ministro, os industriais sentiram-se ainda mais recompensados com a designação de Alberto De Stefani, um intransigente liberal, como ministro das Finanças — para alegria de Luigi Einaudi (membro do Partido Liberal Italiano). De Stefani reduziu impostos, aboliu isenções fiscais que beneficiavam contribuintes de baixa renda, facilitou as transações com ações e a evasão fiscal reintroduzindo o anonimato (abolido por Giolitti), eliminou a regulamentação dos aluguéis, privatizou os seguros de vida (introduzidos por Giolitti) e transferiu a gestão do sistema de telefonia para o setor privado.” (SASSOON, Donald. Mussolini e a ascensão do Fascismo. Rio de Janeiro: Agir, 2009. p. 120)


Ademais, a ascensão do Fascismo (tal como a do nazismo de Adolf Hitler na Alemanha) só foi possível com a colaboração e o suporte financeiro de grandes corporações ainda hoje poderosas: BMW, Fiat, IG Farben (Bayer), Volkswagen, Siemens, IBM, Chase Bank, Allianz, entre outros grupos de mídia, que financiaram esses regimes com o objetivo de frear o avanço do socialismo soviético na Europa.


Conclusão:


O nazifascismo faz parte do passado. As ditaduras militares da Américas, embora mais recentes, também são. Mas existe uma escalada autoritária contra a esquerda no Brasil  e no mundo atualmente, cuja esta deve se atentar para não ocorrer tais desgraças novamente, pois esses movimentos reacionários são apoiados e financiados, mesmo que inconscientemente, por ideólogos da burguesia e ela própria.

A “nova direita” neoconservadora e neoliberal que faz essa propaganda enganosa tem muitas ideias em comum com os nazi-fascistas e anti-socialistas: o antimarxismo, o conspiracionismo comunista; o militarismo e a repressão social, o racismo e a xenofobia, machismo e a homofobia; o apego forte à religiosidade como guia moral; como também o endeusamento da propriedade privada e a da desigualdade social e econômica inerente ao capitalismo. 



Assim, em função de todos estes fatores, somente notórios desinformados e ignorantes e/ou mal intencionados vociferam que “o Nazismo era um movimento político de Esquerda”. 

As pessoas que afirmam isso estão demonstrando, publicamente, o total descompromisso com a História e, principalmente com a liberdade e a emancipação humana!


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Wesley Sousa

30 Comentários

  1. tem nenhum bolsominion aqui pra tentar refutar isso aqui ñ? KKK

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    1. kkkkkkkkkkkkkk nem vai ter. texto foda este

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    2. cara , não voto em Bolsobesta ....mas refuto cada parágrafo ..contém uma série de erros ....

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    3. Ótimo ...esclarecerá pra uma bando de imbecis ....o que é o Nazismo

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  2. A “nova direita” neoconservadora e neoliberal que faz essa propaganda enganosa tem muitas ideias em comum com os nazi-fascistas e anti-socialistas: o antimarxismo, o conspiracionismo comunista; o militarismo e a repressão social, o racismo e a xenofobia, machismo e a homofobia; o apego forte à religiosidade como guia moral; como também o endeusamento da propriedade privada e a da desigualdade social e econômica inerente ao capitalismo.


    - não existe neoliberalismo
    - do mesmo modo que foi dito que a "nova direita neoconservadora e neoliberal" as esquerda também tem semelhanças com o facismo

    https://www.youtube.com/watch?v=Db2tzqN7NfU

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    1. Sim, existe neoliberalismo, é um termo inventado pelos próprios neoliberais que você adora.

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  3. Sério que chegamos ao ponto de ter que escrever um texto pra isso?

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  4. Vamos aos fatos:Primeiro que Hitler chegou ao poder com as mesmas ideias esquerdistas,do Lula e da Dilma, colocando a culpa da pobreza nos quem tinham mais dinheiro (vcs falam que são porcos capitalistas), Hitler culpava fielmente os Judeus pela pobreza e as desgraças que aconteciam,acho que vcs também culpam os ricos pela pobreza. Vamos aos fatos:Segundo que o Hitler como qualquer outro esquerdistas, foi e é a favor do desarmamento, deixando sua população a mercê de seu autoritarismo, uma população desarmada não tem como lutar contra seus governantes autoritários. Vamos aos fatos: Terceiro,o Regime Militar Brasileiro, foi uma exigência da população que não tinham nem o que colocar na mesa para comer, se fomos chamar de Ditadura saiba que o povo no ano de 1964 foi conveniente com tal ato, não foi os militares brasileiros que chegou na casa de cada brasileiro e falou "eu quero um intervenção", mas foi a população que estava na frente dos quartéis pedindo sim há uma intervenção militar, devemos lembrar que a maioria da população esmagadora apoio os mmilitares, acho que aqui vocês conhecem o processo político e como é quando um presidente é deposto do cargo por ir contrário à constituição, uma pergunta que não quer calar, onde estava o presidente João Goulart, naqueles meses de tribulação?
    Acho que quando um presidente "some" por alguns dias, eles está pedindo renúncia. Mas vamos lá, os militares obedeceram a constituição daquela época, vou explicar a vocês, quando o presidente deixar o cargo por algum motivo o vice-presidente assume o cargo até a próxima eleição, se esse mesmo vice-presidente é deposto do cargo por algum motivo, o presidente da Câmara assume,é com os deputados decidem o que vai acontecer, se vai ter novas eleições ou se vai ter eleições indiretas, ou seja, os deputados escolhem o novo presidente, foi o que aconteceu, o General Castelo Branco se candidatou é ganhou. Vamos aos fatos: quarto,praticamente não existia uma economia sólida, ou seja, o povo estava todos na miséria, restando aos militares a missão de aquecer a economia, é fato e temos que lembrar que o Brasil era a 47 ou 48 economia no Ranking mundial, estava péssimo,se foi um retrocesso vocês tem que explica como a economia passou a ser à nona ou oitava economia do mundo, tem que explica por que de uma população rural passou ater uma população urbana, tem que explica a construção de rodovias, pontes, escola, universidades, usinas hidrelétricas, essas "pequenas" coisa que antes não tinham. Pelo próprios dados do governo, os Brasil crescia mais ou menos 10% ao ano, me explique o "milagre econômico", criação do BNH,FGTS. Pelo menos nesses governos tinha segurança pública de qualidade, educação e saúde. Não chamo de democracia, nem de Ditadura, chamo sim de Regime Militar.
    -Daniel Marques Moreira

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  6. O resumo do ping-pong entre Direita e Esquerda em relação ao Nacional-Social
    ismo é extremamente simples de se compreender:
    Para a Esquerda, o Nacional-Socialismo é de Direita porque não é de Esquerda. Para a Direita, é de Esquerda porque não é de Direita. Para a Direita não é de Direita porque é de Esquerda, e para a Esquerda não é de Esquerda porque é de Direita. Ou seja: O Nacional-Socialismo é de Direita e de Esquerda ao mesmo tempo porque não é nem de Direita nem de Esquerda simultaneamente. Eis a incrível "lógica" esquerdo-direitista.
    Mas pensemos juntos: você consegue imaginar algum debate, alguma discussão sobre se Jair Bolsonaro é de Direita ou de Esquerda? Não. Todo mundo sabe que Jair Bolsonaro é, atualmente, de Direita. A Direita e a Esquerda sabem disso. Alguém fará, algum dia, algum debate, discussão para 'descobrir' se Lula é de Direita ou de Esquerda? Não. Todo mundo sabe que Lula é de Esquerda. A Esquerda e a Direita sabem disso.
    Porém Adolf Hitler e o seu Nacional-Socialismo (e afins) tem uma peculiaridade: não é nem de Direita e nem de Esquerda. E isso não é centrismo retardado. Quem estudar o Nacional-Socialismo perceberá com clareza que é pura e simplesmente IMPOSSÍVEL encaixar o Nacional-Socialismo tanto na Esquerda quanto na Direita SEM corromper seus conceitos, bandeiras, objetivos, etc. Ou seja: para afirmar que o Nacional-Socialismo seja de Direita, será necessário inventar uma "Direita" que não é de Direita, e para afirmar que o Nacional-Socialismo seja de Esquerda será necessário inventar uma "Esquerda" que não é de Esquerda. Isso não faz o menor sentido, mas é isso que acontece.
    Esse debate sem pé-nem-cabeça está acontecendo há décadas, nunca saiu do lugar e nunca sairá. Primeiro, porque sua questão inicial é equivocada. Há um debate sobre se o Nacional-Socialismo é de Direita ou Esquerda quando não é nenhuma das duas coisas (é como debater se a Kombi é fabricada pela Fiat ou pela Chevrolet). Em segundo, e mais importante, porque não é um debate sério.
    O fato é que não há debate sério sobre onde o Nacional-Socialismo se encontra num 'espectro político'. A discussão acadêmica mais séria em relação a essa questão já está fechada há muito tempo: O Nacional-Socialismo não é nem de Direita e nem de Esquerda, mas para que ambas não percam o monopólio da discussão filosófica, econômica, política e etc, inventaram um troço indefinido chamado "Extrema-Direita" (a "Direita" que não é de Direita) e jogaram lá toda e qualquer coisa que não fosse nem de Direita nem de Esquerda que compartilhasse o Nacionalismo como elemento central comum (apenas aí ganhando alguma definição substancial), o que, com terminologia mais coerente, chamamos de Terceira-Posição.
    O que há, na verdade, é um bate-boca ideológico entre Direita e Esquerda para associar o Nacional-Socialismo à outra parte porque o Nacional-Socialismo foi transformado no bebezinho feio das ideologias. Órfão trazido pela cegonha, parceiros estéreis debatem arduamente sobre a paternidade da criança. Pura e simplesmente.
    Se uma pauta nacional-socialista coincide com uma pauda da Esquerda, outras duas coincidem com a da Direita, e mais 40 contradizem todas as outras de ambos os lados.
    Direita e Esquerda convergem para o mesmo fim, partem do mesmo princípio e servem ao mesmo senhor. A verdade sobre o Nacional-Socialismo e outros ideais nacionalistas não convém ao monopólio esquerdo-direitista sobre toda a discussão político-ideológica.

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    1. O engraçado é que para os nazistas nunca houve questão se eles eram de esquerda ou de direita. Pergunte a eles até hoje se eles são de esquerda e voce pode até sair sem vida. Pergunte se eles são de direita e eles dirão que sim. Ora, então o debate aí não é puramente academico como voce quer insinuar, é simplesmente uma forma da direita querer tirar o seu da reta.

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    2. Engraçado é que isso que vc falou vai completante CONTRA oque os alemães falavam na epoca...

      Why Are We Socialists?

      We are socialists because we see in socialism, that is the union of all citizens, the only chance to maintain our racial inheritance and to regain our political freedom and renew our German state.

      Socialism is the doctrine of liberation for the working class. It promotes the rise of the fourth class and its incorporation in the political organism of our Fatherland, and is inextricably bound to breaking the present slavery and regaining German freedom. Socialism, therefore, is not merely a matter of the oppressed class, but a matter for everyone, for freeing the German people from slavery is the goal of contemporary policy. Socialism gains its true form only through a total fighting brotherhood with the forward-striving energies of a newly awakened nationalism. Without nationalism it is nothing, a phantom, a mere theory, a castle in the sky, a book. With it it is everything, the future, freedom, the fatherland!

      The sin of liberal thinking was to overlook socialism’s nation-building strengths, thereby allowing its energies to go in anti-national directions. The sin of Marxism was to degrade socialism into a question of wages and the stomach, putting it in conflict with the state and its national existence. An understanding of both these facts leads us to a new sense of socialism, which sees its nature as nationalistic, state-building, liberating and constructive.

      The bourgeois is about to leave the historical stage. In its place will come the class of productive workers, the working class, that has been up until today oppressed. It is beginning to fulfill its political mission. It is involved in a hard and bitter struggle for political power as it seeks to become part of the national organism. The battle began in the economic realm; it will finish in the political. It is not merely a matter of wages, not only a matter of the number of hours worked in a day — though we may never forget that these are an essential, perhaps even the most significant part of the socialist platform — but it is much more a matter of incorporating a powerful and responsible class in the state, perhaps even to make it the dominant force in the future politics of the fatherland. The bourgeoisie does not want to recognize the strength of the working class. Marxism has forced it into a straitjacket that will ruin it. While the working class gradually disintegrates in the Marxist front, bleeding itself dry, the bourgeoisie and Marxism have agreed on the general lines of capitalism, and see their task now to protect and defend it in various ways, often concealed.

      We are socialists because we see the social question as a matter of necessity and justice for the very existence of a state for our people, not a question of cheap pity or insulting sentimentality. The worker has a claim to a living standard that corresponds to what he produces. We have no intention of begging for that right. Incorporating him in the state organism is not only a critical matter for him, but for the whole nation. The question is larger than the eight-hour day. It is a matter of forming a new state consciousness that includes every productive citizen. Since the political powers of the day are neither willing nor able to create such a situation, socialism must be fought for. It is a fighting slogan both inwardly and outwardly. It is aimed domestically at the bourgeois parties and Marxism at the same time, because both are sworn enemies of the coming workers’ state. It is directed abroad at all powers that threaten our national existence and thereby the possibility of the coming socialist national state.

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    3. Explanation: “The thinking worker comes to Hitler,” the caption says. A communist and a socialist are accusing each other of betraying the working class.

      Socialism is possible only in a state that is united domestically and free internationally. The bourgeoisie and Marxism are responsible for failing to reach both goals, domestic unity and international freedom. No matter how national and social these two forces present themselves, they are the sworn enemies of a socialist national state.

      We must therefore break both groups politically. The lines of German socialism are sharp, and our path is clear.

      We are against the political bourgeoisie, and for genuine nationalism!

      We are against Marxism, but for true socialism!

      We are for the first German national state of a socialist nature!

      We are for the National Socialist German Workers’ Party!

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    4. Why a Workers’ Party?

      Work is not mankind’s curse, but his blessing. A man becomes a man through labor. It elevates him, makes him great and aware, raises him above all other creatures. It is in the deepest sense creative, productive, and culture-producing. Without labor, no food. Without food, no life.

      The idea that the dirtier one’s hands get, the more degrading the work, is a Jewish, not a German, idea. As in every other area, the German first asks how, then what. It is less a question of the position I fill, and more a question of how well I do the duty that God has given me.

      We call ourselves a workers’ party because we want to rescue the word work from its current definition and give it back its original meaning. Anyone who creates value is a creator, that is, a worker. We refuse to distinguish kinds of work. Our only standard is whether the work serves the whole, or at least does not harm it, or if it is harmful. Work is service. If it works against the general welfare, then it is treason against the fatherland.

      Marxist nonsense claimed to free labor, yet it degraded the work of its members and saw it as a curse and disgrace. It can hardly be our goal to abolish labor, but rather to give new meaning and content. The worker in a capitalist state — and that is his deepest misfortune — is no longer a living human being, a creator, a maker.

      He has become a machine. A number, a cog in the machine without sense or understanding. He is alienated from what he produces. Labor is for him only a way to survive, not a path to higher blessings, not a joy, not something in which to take pride, or satisfaction, or encouragement, or a way to build character.

      We are a workers’ party because we see in the coming battle between finance and labor the beginning and the end of the structure of the twentieth century. We are on the side of labor and against finance. Money is the measuring rod of liberalism, work and accomplishment that of the socialist state. The liberal asks: What are you? The socialist asks: Who are you? Worlds lie between.

      We do not want to make everyone the same. Nor do we want levels in the population, high and low, above and below. The aristocracy of the coming state will be determined not by possessions or money, but only on the quality of one’s accomplishments. One earns merit through service. Men are distinguished by the results of their labor. That is the sure sign of the character and value of a person. The value of labor under socialism will be determined by its value to the state, to the whole community. Labor means creating value, not haggling over things. The soldier is a worker when he bears the sword to protect the national economy. The statesman also is a worker when he gives the nation a form and a will that help it to produce what it needs for life and freedom.

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    5. Dizer que eles eram de esquerda e direita, tanto faz, o inegável é que eram SOCIALISTAS, os nazistas tendiam ao socialismo cientifico os Soviéticos ao socialismo Marxista.

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  7. Não vou entrar num comentário maior sobre o tema, mas há um erro conceitual em relação as pessoas ali no início. Olavo de Carvalho está completamente no segundo grupo. É um liberal conservador e não um "libertário". A posição dele se encaixa completamente no que o texto descreve como próprio da segunda posição.

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  8. O próprio Milton Friedman tem um texto intitulado "Neo-liberalism and its prospects". Só copiar aí o título e dar um Google aí pra ver que mesmo um dos seu mestres tem a dignidade (que falta a vcs) de considerar a realidade e a história.

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    1. Os neoliberais rejeitam o rótulo sendo que os próprios ideólogos do neoliberalismo que eles glorificam se denominavam neoliberais.

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  9. não adianta escrever um textão desse tamanho pros bolsominions lerem. Primeiro pq são analfabetos funcionais, leem mas não entendem nada do que leem. Segundo pq têm preguiça. Tem que fazer um esqueminha tipo desenho do Tom e Jerry, saca. Aí até quem sabe.

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    1. Analise pelo tamanho do Estado e controle do Estado na vida dos cidadãos, e vai chegar que é de esquerda sim!

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    2. Analise por este ponto e veremos que os Estados Unidos atuais são o maior poder fascista e nazista do mundo (visto que são o maior Estado já existente na história, e que espionam todo mundo ao redor do globo). E que, se são fascistas e nazistas, então são de esquerda. Maravilha de análise.

      Em última instância, discutir se algo é de direita ou de esquerda é, quase sempre, uma completa bobagem.

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  11. E o nacionalismo, partido unico, eliminação fisica dos oponentes, cultura militarista e heteronormativa. O texto em si é interessante, mas não abordar esses aspectos que conectam o fascismo,nazismo e o regime sovietico.
    Não é mais facil associar o nazismo com um regime socialista do que ficar nesse ping pong esquerda-direita.

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    1. Cuba é um regime Comunista Nacionalista e a Alemanha era Nacional Socialista, esta gente quer reescrever o passado, a única coisa que diferencia e hitler faz questão de o mencionar no seu livro "a minha vida" é que o Socialismo Alemão alem de ser uma luta de
      classe é acima de tudo a construção de uma sociedade com os cidadões Arianos que hitler considerava ser a raça Superior e até sagrada e que iria governar o mundo,,,, há vários estilos de Comunismo/Socialismo o Chines não foi igual ao do Russo nem o Cubano, na verdade cada regime socialista tem uma forma diferente de interpretar o Socialismo, os Kmeres Vermelhos no camboja não governavam o seu pais como Nicolae Ceausescu na Roménia mas todos eles eram Comunistas e em comum todos esses regimes tinham uma coisa em comum: PERSEGUIÇÃO, PRISÃO, TORTURA E MORTE com todos aqueles que defendiam a liberdade de pensamento e a democracia...Estes professores jamais deviam de leccionar e rescreverem a historia há sua maneira...

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    2. Baboseira ideológica, estamos vendo a ascensão do neonazismo durante o governo Bolsonaro e neoconservadorismo, vocês tentam se desvincular mas é descarada a dissimulação, todos seus valores (com exceção da eugenia, por agora) vão de encontro com de qualquer nazista.
      Perseguição, prisão, tortura e morte teve no regime militar no Brasil, como nas intervenções estadunidenses, ou no regime militar-empresarial de Pinochet. Tua tentativa de ligar dois antagonistas (fascismo e comunismo) não tem fundamento algum, é rejeitado por qualquer historiador especialista em fascismo ou em comunismo.

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  12. OMG post claramente de uma pessoa de esquerda querendo se livrar dessa ligação. O fato é o nazismo tinha tanto princípios da esquerda quanto de direita.

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    1. Não, o nazismo não tinha nenhum princípio de esquerda. Era uma ideologia hierarquica, antagonista da ideia central que define a esquerda.
      Não é coincidência que todos nazistas e neonazistas tem como maior inimiga a esquerda.

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