Publicado
originalmente no blog Bora
Discutir
O texto abaixo é parte do livro “Introdução Crítica
à Sociologia Brasileira” (RJ: UFRJ, 1995 [1957]), de Alberto
Guerreiro Ramos.
.
A
melhor maneira de fazer ciência é a partir da vida, ou ainda, a partir da
necessidade de responder aos desafios da realidade.
Seguindo
esta regra, proponho-me a tratar, aqui, dos problemas da sociologia brasileira
pelo aprofundamento da análise de um caso ocorrido no II Congresso
Latino-americano de Sociologia, realizado no Rio e em São Paulo, entre 10 e 17
de julho de 1953. Na qualidade de presidente da Comissão de Estruturas
Nacionais e Regionais, submeti à apreciação daquele certame um documento que
continha as seguintes recomendações:
1ª - as soluções dos problemas sociais dos países latino-americanos devem ser propostas tendo em vistas as condições efetivas de suas estruturas nacionais e regionais, sendo desaconselhável a transplantação literal de medidas adotadas em países plenamente desenvolvidos;
2ª
- a organização do ensino de sociologia nos países latino-americanos deve
obedecer ao propósito fundamental de contribuir para a emancipação cultural dos
discentes, equipando-os de instrumentos intelectuais que os capacitem a
interpretar, de modo autêntico, os problemas das estruturas nacionais e
regionais a que se vinculam;
3ª
- no exercício de atividades de aconselhamento, os sociólogos latino-americanos
não devem perder de vista as disponibilidades da renda nacional de seus países,
necessárias para suportar os encargos decorrentes das medidas propostas;
4ª
- no estádio atual de desenvolvimento das nações latino-americanas e em face
das suas necessidades cada vez maiores de investimentos em bens de produção, é
desaconselhável aplicar recursos na prática de pesquisa sobre minudências da
vida social, devendo se estimular a formulação de interpretações genéricas dos
aspectos global e parciais das estruturas nacionais e regionais;
5ª
- o trabalho sociológico deve ter sempre em vista que a melhoria das condições
de vida das populações está condicionada ao desenvolvimento industrial das estruturas
nacionais e regionais;
6ª
- é francamente desaconselhável que o trabalho sociológico, direta ou
indiretamente, contribua para a persistência, nas nações latino-americanas, de
estilos de comportamento de caráter pré-letrado. Ao contrário, no que concerne
às populações indígenas ou afro-americanas, os sociólogos devem aplicar-se no
estudo e na proposição de mecanismos de integração social que apressem a
incorporação desses contingentes humanos na atual estrutura econômica e cultural
dos países latino-americanos;
7ª
- na utilização da metodologia sociológica, os sociólogos devem ter visto que
as exigências de precisão e refinamento decorrem do nível de desenvolvimento
das estruturas nacionais e regionais. Portanto, dos países latino-americanos,
os métodos e processos de pesquisa devem coadunar-se com os seus recursos
econômicos e de pessoal técnico e com o nível cultural genérico de suas
populações.
Todavia,
essas teses foram ruidosamente desaprovadas, por 22 votos contra 9, com o
agravante ainda de o autor deste estudo ter sido francamente agredido com
demonstrações de ódio e desapreço por um de seus opositores. É significativo
assinalar que as opiniões contrárias àqueles enunciados foram coordenadas por
congressistas brasileiros.
Ora,
como se depreenderá da leitura das recomendações, o que se tinha em vista era
encorajar os esforços para a prática, nos países latino-americanos, de uma
sociologia que refletisse os seus problemas; era estimular [que] se cortassem
os cordões umbilicais que têm tornado esta disciplina um subproduto abortício
do pensamento sociológico europeu e norte-americano.
Assim,
a atitude do plenário em face daquelas teses serviu para dar um flagrante de
que hoje, no Brasil pelo menos, se distinguem, com clareza, entre outras, duas
correntes de pensamento sociológico: uma corrente que pode ser chamada, como já
propus certa vez, de “consular”, visto que, por muitos aspectos, pode ser
considerada como um episódio da expansão cultural dos países da Europa e dos
Estados Unidos; e outra que, embora aproveitando a experiência acumulada do
trabalho sociológico universal, está procurando servir-se dele como instrumento
de autoconhecimento e desenvolvimento das estruturas nacionais e regionais. As
proposições acima enunciadas pretendem representar esta corrente.
A
essência de toda sociologia autêntica é, direta ou indiretamente, um propósito
salvador e de reconstrução social. Por isso, inspira-se numa experiência
comunitária vivida pelo sociólogo, em função da qual adquire sentido.
Desvinculada de uma realidade humana efetiva, a sociologia é uma atividade
lúdica da mesma natureza do pif-paf. Quem diz vida, diz problema. A essência da
vida é sua problematicidade incessante. Daí, na medida em que o sociólogo
exercita vitalmente a sua disciplina, é forçosamente levado a entrelaçar o seu
pensamento com a sua circunstância nacional ou regional.
Mas
a formação do sociólogo brasileiro ou latino-americano consiste, via de regra,
num adestramento para o conformismo, para a disponibilidade da inteligência em
face das teorias. Ele aprende a receber prontas as soluções, e quando se
defronta com um problema de seu ambiente, tenta resolvê-lo confrontando textos,
apelando para as receitas em que se abeberou nos compêndios. Adestrado para
pensar por pensamentos feitos, torna-se frequentemente, quanto aos sentimentos
e à volição, um répétiteur, isto
é, sente por sentimentos feitos, quer por vontades feitas, como diria Péguy.
Abram-se
os nossos compêndios de sociologia. Um ou outro foge à regra: em geral, cada um
deles traz de tudo, arrola autores e sistemas, sem proporcionar ao aprendiz um
critério diretivo de crítica. Como quem insinua: o educado que procure a
verdade sociológica, tirando um pouquinho daqui, outro pouquinho dali. Pois nesses
compêndios de que falo, a quase totalidade dos que se escrevem nestas bandas,
supõem esta enormidade: que exista uma verdade sociológica, eterna,
imutável, au-delá da contingência histórica, resultante da média
agregativa de todos os sistemas.
Por
outro lado, outra espécie de vício mental é patente em grande número de nossas
obras sociológicas. O sociólogo indígena parte, quase sempre, de um sistema
importado, ao qual dá validade absoluta e se filia incondicionalmente. O mal
vem de origem. Sempre aqui tivemos positivistas, haeckelistas, evolucionistas e
outras espécies de aficionados à outrance. E quando se apresenta o sociólogo
patrício a alguém, a pergunta vem logo: que escola o senhor segue?
Além
de “consular'”, esta é uma sociologia que pode ser dita enlatada, visto que é
consumida como uma verdadeira conserva cultural.
Nestas
condições, assume-se, entre nós, em face dos métodos e produtos do trabalho
sociológico no exterior, uma atitude apologética. Tudo que de lá vem é
ortodoxo, excelente, imitável. Não se acordou ainda para o fato de que os meios
e resultados do trabalho sociológico são condicionados por estruturas nacionais
ou regionais. Afirma-se a eficácia imanente das transplantações. Não se assume
uma posição sociológica na discussão da sociologia. De modo que, muitas vezes,
os certames ou reuniões ditos de sociólogos se resumem em pronunciamentos
idólatras e até mesmo de intrepidez patriótica, como daqueles que consideram a
necessidade de adotar procedimentos metodológicos simplificados, num país
subdesenvolvido, uma diminuição dos brios nacionais. Já assisti num congresso
de sociologia, à queda de uma proposta sociologicamente correta, em virtude de
ter-se invocado os brios patrióticos dos presentes.
Esse
exemplarismo é um dos aspectos do que se pode chamar a “doença infantil” da
sociologia nos países coloniais, doença que torna a disciplina referida uma “gesticulação”,
vazia de significados, um ato em oco, uma ação ilusória, mas capaz de satisfazer
a certos indivíduos.
O “gesticulante”
satisfaz-se em fingir a ação que anela cometer, mas não comete realmente. Há,
pois, no que concerne ao comportamento de grande parte dos sociólogos de países
como o Brasil, uma patologia da normalidade. Desde que, em suas propostas
mentais, é generalizado aquele traço culturologicamente mórbido, passa o mesmo
a ser normal. Entre eles, teremos também de levar a sério as ficções para
vivermos em paz. Se ousarmos ser sensatos, estamos perdidos, não nos toleram.
Esta
é a doença infantil da sociologia no Brasil. Não a creio, entretanto,
incurável, O próprio fato de ser capaz de fazer o seu exame de consciência a
encaminha para a maturidade. Um indício de que estou certo é o que se passa com
o pensamento econômico latino-americano. Sob os auspícios de um organismo como
a CEPAL, realiza-se a descolonização do economista latino-americano, e a
contribuição dos brasileiros para esta mudança é das mais ilustres.
[...]
Não
se divisa até agora no pensamento sociológico latino-americano nenhuma
transformação correlata àquela que é liderada, no setor econômico, pela
Comissão Econômica para a América Latina (CEPAL).
Caracteriza
a atuação da CEPAL o propósito de tornar a política e o pensamento econômico
dos países latino-americanos fatores operativos do seu desenvolvimento. Desta
maneira, ao propor soluções para os problemas de desenvolvimento, parte da
consideração dos recursos disponíveis e não das conveniências e necessidades
idealisticamente concebidas. Todo o esforço deste organismo internacional é o
de formular os princípios de uma estratégia econômica cuja assimilação habilite
o economista latino-americano, em suas atividades de aconselhamento, a
contribuir para a direção dos fatores produtivos de cada país, de modo a
acelerar a sua velocidade de capitalização.
Nestas
condições, a renda nacional passa a ser objeto de atenção especial do
economista. É ela que marca o compasso, a espécie e as normas das políticas
econômicas, as quais devem procurar sempre combinar os fatores nacionais de
produção de modo a serem atingidos os níveis mais altos de rentabilidade. Este
novo modo de ver tornou-se, no campo econômico, o suporte de uma atitude
antitransplantativa. Um dos prógonos desta corrente de ideias, Raúl Prebisch
[1], advertia, em 1951, que a urgente necessidade atual de capitalização nas
atividades internas é muitas vezes incompatível com o empenho de reproduzir nos
países menos desenvolvidos as formas de existência dos mais desenvolvidos,
entre os quais se destacam, desde logo, os Estados Unidos, porque estas formas
de existência, as modalidades de consumo que elas implicam, assim como as
modalidades de capitalização, resultam de altos ingressos [rendas] a que
gradualmente chegaram esses países pelo aumento de sua produtividade; e sua
mera transfusão aos países menos desenvolvidos, sem um esforço deliberado de
seleção e adaptação, provoca tensões que noutros tempos não se apresentavam.
Com
essas ideias coadunavam-se, perfeitamente, uma das recomendações submetidas ao plenário
do II Congresso Latino-americano de Sociologia, elaboradas pela Comissão de
Estruturas Nacionais e Regionais, que tive a honra de presidir. Estava assim
redigida:
No
exercício de atividades de aconselhamento, os sociólogos latino-americanos não
devem perder de vista as disponibilidades de renda nacional de seus países,
necessárias para suportar os encargos decorrentes das medidas propostas.
Como
expus linhas atrás, fui derrotado na defesa deste princípio. Não obstante, a
mim me parece que a sociologia latino-americana deve ingressar nessa trilha. O
que tem prejudicado, entre nós, a sociologia, neste particular, é o
confinamento do sociólogo nos quadros academicamente definidos como sendo os
próprios desta disciplina. Desta forma, o profissional perde de vista o
significado econômico do seu trabalho. Num país carecente da consciência
orgânica de suas necessidades, isto é um desastre, porque, na medida que o
sociólogo, com tal deficiência de formação, adquire prestígio pessoal ou é
ouvido ou levado a sério, pode induzir agências governamentais ou particulares
à aplicação funesta de recursos.
O
que tem levado sociólogos latino-americanos a obnubilar-se, neste particular, é
o fato de considerar idênticos, na presente época, o momento de seus países e o
de países mais desenvolvidos. Em geral, não se lembram de comparar os seus
países com os que consideram como paradigmas, em termos de fase. Ao contrário,
seu critério é o da contiguidade ou justaposição [2].
Eis
um recente flagrante: um sociólogo latino-americano aconselhou, como medida
fundamental de uma reforma agrária no Brasil, a criação de escolas secundárias
em cada município, proporcionalmente ao número de pessoas, semelhante ao que se
verifica nos Estados Unidos. Segundo ele, o menor dos nossos municípios deveria
manter, pelo menos, um estabelecimento de ensino secundário, com, no mínimo,
cinco professores trabalhando em regime de tempo integral. E rematava o
conselho com esta observação: o município que, no período de dois anos, a
partir da promulgação da norma, não a tivesse cumprido, perderia o status de
municipalidade.
A
sugestão merece restrições sob muitos pontos de vista, ainda mesmo que a escola
secundária de que se trata seja de tipo radicalmente diverso daquele a que,
entre nós, se aplica a designação, isto é, o ginásio ou colégio. Mas a sua contraindicação
é óbvia do simples ponto de vista da renda nacional do país. Faça-se a conta de
quanto dinheiro seria necessário investir na concretização desse propósito,
para que se enxergue o absurdo que a medida representaria. Admitamos, porém,
que o governo, num ato de loucura, resolvesse pôr em prática o conselho. Onde
encontrar os professores? Como manter nas escolas secundárias uma população de
adolescentes cuja psicologia e cuja situação econômica se constituiriam em
fatores impeditivos da escolaridade? Como localizar estabelecimentos
secundários, num quadro demográfico rarefeito, de modo que cada um deles
funcionasse com o mínimo de alunos tecnicamente requeridos? Por esse e outros
motivos, é temerária a observância à risca de aconselhamentos de autoridades
estrangeiras, sem levar em conta as suas respectivas equações nacionais.
Muitos
técnicos, no Brasil, se conduzem exatamente como esse sociólogo norte-americano
quando, por exemplo, aconselham que devamos gastar em serviços de saúde três
dólares por pessoa, que devemos ter um posto de puericultura para cada 10.000
pessoas, um leito para cada óbito de tuberculose, cinco leitos de
hospital-geral para cada mil habitantes, 60.000 médicos, 100.000 enfermeiros,
165.000 leitos para doentes mentais. Ou quando calculam outras necessidades
institucionais, à luz do mesmo critério. Para eles, os problemas sociais se
resolvem por meio de regra de três. Uma das mais espetaculares ilustrações
desta concepção aritmética dos problemas sociais é um famoso levantamento do
ISSB, principalmente na parte relativa à saúde.
Confundem
nesta conduta, os efeitos com a causa. Na verdade, os altos níveis de bem-estar
são inseparáveis do processo que os criou. São resultados, por assim dizer,
automáticos de um processo de desenvolvimento. Portanto, são os fatores deste
processo que urge instalar aqui; é uma dinâmica econômico-social que se terá de
promover.
Na
correção de tais hábitos de pensar é que a contribuição do sociólogo poderia
ser das mais oportunas. O sociólogo, de todos os especialistas, é o que está
mais habilitado, pelos instrumentos intelectuais que possui, a superar a visão
parcelada das necessidades do país, substituindo-a por uma visão unitária de
sua contextura.
A
estratégia do desenvolvimento de um país é condicionada pela particular
dinâmica de sua contextura, a qual, em cada fase histórica, apresenta a sua
prioridade específica de necessidades de desenvolvimento. Desta forma não são
necessariamente transferíveis, em dado momento, de um país para outro, quando
estão em diferentes fases de desenvolvimento, os critérios de ação social.
Uma
das razões desta intransferibilidade decorre de fatores culturológicos. A atual
sociologia das transplantações nos centros norte-americanos e ingleses parece
enxergar somente os impedimentos culturológicos, neste terreno. Mas uma razão
importante daquela intransferibilidade se exprime em termos de recursos
disponíveis.
A
necessidade básica de um país subdesenvolvido como o Brasil é obter combinação
ótima dos seus fatores econômicos, tendo em vista acelerar o incremento de sua
taxa de investimentos em bens de produção. Imperativos de contabilidade social
impõem atitude seletiva na realização de medidas. Estas não têm valor absoluto;
ao contrário, sua eficácia depende das relações dominantes em determinado
momento das estruturas nacionais e regionais.
O
trabalho sociológico em país periférico, muito menos do que qualquer outro, não
pode permanecer descomprometido do processo de acumulação de capital. Como
outras nações latino-americanos, o Brasil não atingiu a taxa anual mínima de
investimentos líquidos necessária para atender ao custo do seu desenvolvimento
econômico e nem poderá atingir a este montante por processo espontâneo. E a
consciência deste fato deve ser suficientemente eloquente para converter o
trabalho científico, em todos os setores, ao interesse nacional.
Orientado
neste sentido o trabalho sociológico em nosso país tem diante de si o caminho
para emancipar-se do mecenato. O verdadeiro sociólogo, no Brasil, não
precisaria de subvenções de favor ou de comprometer-se com a burocracia cartorial
a fim de dedicar-se aos seus estudos. Ficará preso a essa contingência, se
insistir em suas tendências acadêmicas e academizantes. É cada vez mais
crescente a demanda de especialistas em sociologia capazes de vincular as suas
atividades científicas às tarefas de promoção da autarquia econômica do país.
Quero dizer, uma sociologia “em mangas de camisa” pode viver, hoje, no Brasil,
dos proventos de sua efetiva utilidade para o esforço de construção nacional.
É
verdade que, atualmente, a orientação aqui preconizada desperta forte
resistência e sistemáticas antipatias, tanto mais quanto ameaça falsas posições
e falsas reputações. Reconheço que este modo de ver, pelo seu caráter pioneiro,
não é o mais cômodo. Por outro lado, contraria poderosos interesses investidos
e se afigura incompreensível, esquisito, difícil, a uma legião de pessoas
sinceramente equivocadas. Paga-se, ás vezes, ônus pesado pelas ideias. E nem
todos estão dispostos para tanto.
Mas
nada disto deve obscurecer o fato de que o Brasil está amadurecendo. O grau de
expansão de suas forças produtivas e as contradições cada vez mais agudas entre
tais forças e os quadros institucionais vigentes está tornando incoercível a
mudança qualitativa da vida brasileira, em todos os seus aspectos.
Trata-se
de um processo. E contra um processo é inútil lutar.
Notas
[1] PREBISCH, Raúl. Problemas teóricos e práticos do desenvolvimento econômico, números 7 e 8, setembro e dezembro de 1951. Também: FURTADO, Celso. ''Formação de Capital e Desenvolvimento Econômico''. In Revista Brasileira de Economia, setembro de 1952.
[2]
Pretendo ter feito uma aplicação clara da faseologia em meus estudos sobre
mortalidade infantil, os quais contrariam os pontos de vista oficiais sobre a
matéria. Vide especialmente: GUERREIRO RAMOS. ''O Problema da Mortalidade
Infantil no Brasil''. In Sociologia, março de 1951.
Sobre
o autor:
Alberto
Guerreiro Ramos nasceu em Santo Amaro (BA) no dia 13 de setembro de 1915. Em
1942 diplomou-se em ciências pela Faculdade Nacional de Filosofia do Rio de
Janeiro, no então Distrito Federal, bacharelando-se um ano depois pela
Faculdade de Direito da mesma cidade.
Assessorou
o presidente Getúlio Vargas durante seu segundo governo, atuando em seguida
como diretor do departamento de sociologia do Instituto Superior de Estudos
Brasileiros (Iseb). Ingressou na política partidária em 1960, quando se filiou
ao Partido Trabalhista Brasileiro (PTB), a cujo diretório nacional pertenceu.
No pleito de outubro de 1962 candidatou-se a deputado federal pelo então estado
da Guanabara, na legenda da Aliança Socialista Trabalhista, formada pelo PTB e
o Partido Socialista Brasileiro (PSB), obtendo apenas a segunda suplência.
Ocupou uma cadeira na Câmara dos Deputados de agosto de 1963 a abril de 1964,
quando teve seus direitos políticos cassados pelo Ato Institucional nº 1.
Guerreiro
Ramos deixou o país em 1966, radicando-se nos Estados Unidos, onde passou a
lecionar na Universidade do Sul da Califórnia.