Por Wesley Sousa - graduando em Filosofia pela UFSJ
Introdução
A
chamada “bolha social” é o mais novo
termo que se está utilizando para crescentes embates entre quem não ouve – ou
lê – o contraditório e que já tenha um preconceito sobre determinados assuntos,
isto é, não deixando viabilizar o debate e afins. Ou seja, necessariamente teríamos que conviver e sempre debater com quem não concorda contigo etc. para não ficar
nesta “bolha”.
E
está muito comum nesses tempos mais recentes, portanto, as pessoas galgarem do
termo “bolha social”. Para quem não sabe, essa pode ser categorizada assim: “Bolha é tudo aquilo que nos limita, mas,
ao mesmo tempo, nos protege. Bolha é tudo aquilo que nos ilude sobre a natureza
da realidade e ao mesmo tempo, serve como apoio para prosseguirmos vivendo.”.
Mas
não deixa de ser importante lembrar, em primeiro lugar, que, permanecer em uma
bolha não é algo necessariamente ruim. A suposta “bolha social” não deixa de
ser uma espécie de proteção, por
assim dizer. Sair do mundo seguro da bolha nem sempre é algo positivo, pois
nada na vida é tão simples, nada é totalmente certo ou errado.
O
próprio conceito empregado ao termo vai contra a antropologia e
sociologia. Neste texto a ideia é esclarecer o porquê de “bolhas sociais” serem
normais – e até mesmo importantes – fugindo dessa nova de “liberalismo”
vulgarizada e desconexa de cientificidade.
Aqui o texto
não tem como finalidade ir às últimas consequências do assunto, mas expor um
pouco do que se está propagando por aí com ares de “ponderado” ou “apaziguamento”
social em meio a uma instabilidade sociopolítica e crise da hegemonia
ideológica.
A “bolha social” na Internet:
Dias atrás vi um vídeo de um sujeito chamado Felipe Castanhari intitulado: “Você está em uma BOLHA SOCIAL? Descubra!”. Nele o youtuber fala ABERTAMENTE que estamos em “paralisia intelectual”, no qual diz que não conseguimos conversar tranquilamente sobre assuntos mais delicados ou assuntos políticos.
Dias atrás vi um vídeo de um sujeito chamado Felipe Castanhari intitulado: “Você está em uma BOLHA SOCIAL? Descubra!”. Nele o youtuber fala ABERTAMENTE que estamos em “paralisia intelectual”, no qual diz que não conseguimos conversar tranquilamente sobre assuntos mais delicados ou assuntos políticos.
Pois
bem. Vamos dialogar criticamente sobre “bolhas sociais” na Internet. Em
primeiro lugar, precisamos fazer distinção do que é ou não “paralisia
intelectual”. A partir daí podemos ver se a chamada bolha social é fatídica ou
“necessária”.
“Por que ‘necessária’?”
Simples.
Quando nos deparamos com alguém que “pensa
diferente de nós” quando o assunto é homofobia, devemos manter-nos “amigos”
de quem acha que “homossexuais são
aberrações”?
Percebam:
não trata aqui de “bolha social” ou “democracia”. Trata-se, portanto, de respeito, tolerância e humanidade! Independentemente
de ser ou não “liberdade de expressão” quando esse amigo ou conhecido de Facebook ou WhatsApp, compartilha ou posta algo desse teor.
Até
mesmo o filósofo da ciência, Karl Popper, escreveu em um de seus livros: “Menos conhecido é o paradoxo da tolerância:
tolerância ilimitada leva ao desaparecimento da tolerância. Se estendermos
tolerância ilimitada até mesmo para aqueles que são intolerantes, se não
estivermos preparados para defender a sociedade tolerante contra a investida
dos intolerantes, então os tolerantes serão destruídos, e a tolerância junto
destes.” (A Sociedade aberta e seus inimigos).
Então
percebemos claramente que o “antagonismo” de ideias por si só já é algo
problemático sem termos parâmetros para tal. A “paralisia intelectual” no qual o youtuber colocou é puramente
ideológica!
Na
nossa história, desde antes mesmo de nascermos, as “bolhas” já existiam. Tudo é
um processo que se efetiva na história. E na Internet, quando damos vozes uma das consequências dessa
banalidade da “liberdade e tolerância”
aos intolerantes, a consequência é, então, o aumento de casos de intolerância religiosa,
xenofobia e racismo, por exemplo.
Quando tratamos com falso-moralismo essa
barbárie travestida de “intelectualidade”, pessoas
que antes poderiam ter pudores em manifestar uma opinião mais controversa
ganham confiança ao encontrar outros com visões semelhantes, sendo encorajados
a expressá-las.
A
mídia corporativa burguesa também trata de fazer seu trabalho sujo, ideológico,
tudo para manutenção da lógica do capital!
Como
disse o escritor italiano Umberto Eco, “a
internet deu voz aos idiotas”. E eles se multiplicam de forma a alimentar
essa retórica de “liberdade” e “tolerância” ao intolerável. E, sim, também se
agrupam em verdadeiras bolhas virtuais. Mas
há um problema: a informação em rede,
portanto, não democratiza o conhecimento, expõe as diferenças já existentes de
alguma maneira! O conhecimento não foi democratizado. Muito pelo contrário.
A Internet pode nos proporcionar enormes possibilidades de pesquisa, entretanto,
para aproveitar tais ferramentas é preciso um amplo conhecimento prévio e bom manuseio.
Na
realidade, a Internet é só o expoente do que se é na vida real. O que fazemos,
pensamos; aquilo que concordou em ideias, etc. torna-se evidente nas redes
sociais. Então é natural que bolhas se formem – conscientes disso ou não.
Vejamos
mais: se você é conservador e percebe que tem um bando de reacionários ao seu
redor, isso cria a ideia do “eu posso
ser também!”. Ou seja, “tem-se muita
gente pensando a minha ideia, então ela é válida”. Mas essa validez não
quer dizer que seja correta. No entanto, sensacionalistas e extremistas tendem
a criar mais ibope nas redes, porque é mais fácil reagir a uma publicação de um
intolerante falando contra os negros do que a uma proposta de melhorias na
educação, por exemplo. E isso não é sair da bolha, mas reagir em bom senso de
imediato.
Quando
a ideia de tolerância é utilizada como um jogo de comunhão, mas sem uma
alternativa de emancipação ou ponto de ética universal, deslocamos em aceitar tudo a qualquer custo. Nesse
ponto que a ênfase deve ser maior, enquanto o discurso de tolerância é pontual
e difuso, a ascensão fundamentalista adentra dentro do Estado Laico cada vez
mais.
Mesmo que tenhamos três mil
amigos no Facebook, a timeline não vai nos mostrar todos. Mas aqueles
com quem mais interagimos dando likes
e compartilhando. Com isso, é importante saber analisar criticamente essa “diversidade”.
Ficamos nas opiniões e manifestações que fazem ecos ao que é mais justo – e
cuidado para não parecer um “justiceiro” ou um advogado da razão.
Assim,
ver algo que não gosta ignorar ou rechaçar é normal e instintivo. É a única coisa que você pode fazer pela saúde
do Facebook. E não se trata de
“bolha”, mas de sanidade mental e não “paralisia”. Vá para a janela do seu
quarto ou qualquer lugar e respire fundo, mas não informe o algoritmo, pois achará
que você ‘gostou’ pelo fato de “pensar
diferente”...
Bolha social real:
“A amizade é uma
alma com dois corpos”. – Aristóteles.
Nada mais normal que “bolhas sociais” em
nossa vida. Na infância tínhamos
amiguinhos dos quais nos identificávamos mais; e outros menos. Gostos em comum,
aptidões, etc. tudo fazem parte de nossa sociabilidade. Aqueles amigos que nos
transmitiram “segurança”, ou seja, confiabilidade e reciprocidade. Desenvolvemos
juntos os caminhos para nortear nossa vida social, nos fortalecemos. Não há
possibilidade de salvar a sociedade se não salvarmos os indivíduos. Por outro
lado, a sociedade nada mais é do que o conjunto de indivíduos. Portanto, uma
sociedade sem indivíduos é uma mera abstração (sem qualquer impacto na
realidade).
Nem anjo e nem demônio, o ser humano é
simplesmente social, e nos contornos desta
sociabilidade que é sua e à qual pertence esse ser ou animal social está
naturalmente predisposto a interagir em cooperação com os demais de seu gênero.
Virtude e vício, bondade ou maldade, são
então avaliáveis pelo metro da efetivação ou não efetivação de atos interativos
ou cooperativos; em outros termos, pelo critério da produção e reprodução
conjugada da comunidade e individualidade.
O
ser social, tal como somos historicamente, os meios instintivos, e também estudos
antropológicos para concluir que, “círculos” de segurança, afetividade,
cooperação, etc. são amplamente benéficos até mesmo para sobrevivência. E isso ocorre principalmente porque é nossa
tendência natural categorizar, racionalizar e simplificar o universo
desconhecido e complexo até converter a amplidão discernível em um mundinho em
primeiro lugar conhecido, num segundo momento confortável, e numa terceira
etapa de organização de mundo.
Nesse
sentido, “A alma do indivíduo é o nó das
relações sociais. Ele terá a alma de sua sociedade, dos nós da sociedade em que
ele vive, ou seja, o indivíduo tem, na sua interioridade como ‘alma’, a síntese
que reproduz o conjunto social. Por isso, a ideia do ser genérico: o ser que,
como indivíduo, contém o gênero essencial do seu gênero” (CHASIN).
O
“pensar diferente”, o pensamento crítico, é algo para ser usado para
objetividade, não sendo construído apenas ouvindo todo o tipo de opinião. Se
assim fosse, o Facebook estaria
povoado por grandes pensadores. A
capacidade crítica é uma habilidade que precisa ser desenvolvida ao longo do
processo de aprendizagem em conjunto, na capacidade de pensar e desconstruir
seus pressupostos em sociedade para melhorias e progresso, não em regresso e
conservação.
Em
tal sentido, André Drummond Ortega em sua
postagem no Facebook, deixou-nos
um trecho sobre o assunto interessante:
“Não se isolar, ter noção, pensar em
diferenças, alteridades, saber argumentar racionalmente, debater e até
dialogar: tudo isso é importante. É óbvio que a amizade não se reduz a uma rede
política e eu não tenho só amigos que pensam como eu - sou muito feliz pela
profundidade emocional que adquiri em algumas interações. Porém não posso
deixar de pensar essas coisas em relação a alienação (separação) da nossa
sociedade atual e a política. Se é para ter amigos, valorizem as boas
interações; se é para ter amigos e falar de política, não percam tempo e
valorizem a construção e o fortalecimento das redes.”
Inclusive, o historiador e professor da Unicamp, Leandro Karnal, disse em uma entrevista no
Programa Roda-Viva sobre as pessoas de pensamentos condutas deploráveis: “Minha vó recomendava: não toque tambor para
maluco dançar! É um sábio conselho. Não se alimenta a insanidade alheia com
argumentos.”.
Adendo sobre opiniões politicas diferentes
A
“politização” ou “polarização” é um ponto interessante a ser discutido. É também notável que os agentes
dissonantes de nós devem ser minuciosamente calculados. Muito se perde tempo
com o ecletismo vulgarizado. A pluralidade não é externa, ela vem do si para
outro, ou seja, é da compreensão da realidade tal como ela é que se molda toda
uma objetividade e, por conseguinte, o modo de conhecimento de mundo. Não é nós, individualmente, quem politizamos, a própria realidade se faz assim.
A
“bolha ideológica” não é aquela
alcançamos por meio da exaustiva compreensão real de mundo. Mas ao contrário.
Pois propósito da educação é mostrar às pessoas como aprender por si
mesmos e quebrar certos tipos de ideais tolos. O outro conceito de educação
é doutrinação. E a doutrinação
ideológica vem pela mídia de massa e pelas repetidas vezes que um absurdo se
faz parecer “normal”. Esta normalidade é plenamente absorvida pelo falso “critério”
da neutralidade – ou pelo
discurso raquítico “liberal” (e de
liberal não tem nada, aliás).
Como
já diziam Marx e Engels na “A Ideologia alemã”, as ideias dominantes em
uma sociedade são as ideias das classes dominantes, mas estas só são dominantes
porque expressa no campo das ideias as relações que fazem de uma classe ser a
classe dominante, ou seja, basicamente o
papel da ideologia é o de naturalizar situações socialmente construídas.
O
conservadorismo, por exemplo, não é um desvio cognitivo ou moral; não é fruto
de uma educação malfeita ou de preconceitos vazios de significado. O
conservadorismo, por sua vez, é uma das
expressões da consciência reificada, nos termos do filósofo húngaro György Lukács,
ou do chamado senso comum, nas palavras do pensador italiano António Gramsci.
É um expresso da consciência imediata que prevalece em certa sociedade e que
manifesta, ainda que de forma desordenada e bizarra, os valores determinantes
que tem por fundamento as relações sociais determinantes. Isso gera, portanto,
uma “bolha” normal entre agentes desse seguimento.
Esta
consciência imediata forma um senso comum, bizarro e ocasional, formado por
elementos dispares e heterogêneos relativos aos diferentes grupos ou segmentos
sociais que o indivíduo entra em contato em sua vida, na família, nos diversos
grupos, no trabalho, na vida pública e outras esferas.
Portanto,
a disputa de hegemonia que é implicada, também, mas não somente, na disputa das
consciências, é uma luta de classes e
não um debate sobre valores. Só se afirmar uma visão de mundo, numa
sociedade de classes, contra outra visão de mundo. Neste sentido a meta do
consenso nos quadros do Estado burguês é ela mesma ideológica.
Como
insistir em ser “amigo” ou “tolerar” algo que é totalmente intolerável,
mesquinho e raivoso? De fato, é preciso
posicionamento. Um fato ilustra bem isso. Um fotógrafo mineiro foi
agredido na manifestação de conservadores porque se parecia com Lula. Vejam: um
ser racional não agrediria alguém por querer participar de ato público, mas um
ser irracional não se permite perguntar algo ainda mais elementar: o que
estaria fazendo o ex-presidente da República disfarçado de repórter num ato
assim? Tentar buscar algum tipo de
racionalidade na direita conservadora (uma redundância, não é mesmo?) é tarefa
inútil.
O escritor e professor da
UFRJ, José Paulo Netto nos alerta: “O
contrário de diferença não é igualdade, mas sim a indiferença. O fato de os
homens serem diferentes não significa que devem ser desiguais. E é somente em
uma sociedade de iguais que as diferenças podem efetivamente se manifestar.
Numa sociedade de desiguais não há diferentes. Há indiferentes” .
Considerações finais:
Para
dar mais embasamento forte no assunto, deixarei abaixo dois vídeos de um doutor
em biologia. O youtuber Paulo
Nasimento, popularmente conhecido como Pirula.
Lá ele fala um pouco da ‘família’, recorrendo aos primatas e seus comportamentos
– a biologia. Ele diz, em outras palavras, que somos seres sociais,
envolvendo com quem temos afinidades em todo campo de sua relação social. O embate de
ideias totalmente contrárias é dificilmente de forma amigável desde que nós
pisamos no mundo.
É
indispensável assistir:
Adendo para o comentário do seguidor Ricardo Gallina em seu Facebook:
"[...] Em
tempos onde a crítica de uma postura dita “neutra” ou “democrática” se coloca
no reconhecimento social como uma “intolerância”, é sempre bom reafirmar, a
partir do processo real da vida, e não de idealismos baratos, que não existe
tal coisa como uma “bolha social” nos termos que se define a mesma
politicamente. Criamos “nichos” nos quais nos sentimos mais a vontade e nossa
tendência é sempre buscar relações que fortaleçam nossa própria personalidade.
Posturas e debates intelectuais e políticos não fogem dessa regra.
Eu
gostaria de acrescentar uma coisa que não apareceu no texto também, que sempre
é tido como um sólido argumento a favor do “rompimento das bolhas”, a saber, a
ideia de que o progresso no conhecimento acontece a partir do debate. Bom, todo
mundo que já discutiu uma ideia com alguém que não concorda com a mesma sabe
que, de fato, a discussão ajuda a fixar a ideia e facilita nossa compreensão da
mesma. Com essa compreensão mais ampla, o que, na prática, quer dizer a
possibilidade de reconhecer novos padrões cognitivos para abordar tal ideia, ou
seja, encontrar novas conexões entre aquela ideia e os conhecimentos que já
temos, ou confrontar o que já sabemos com aquilo que não sabemos, sempre
criando sínteses desse processo. O falso, ou parcial, disso é que nossos
conhecimentos só tem uma progressão nesse tipo de debate. Mesmo dentro de uma
única teoria a respeito de um objeto, existem várias interpretações acerca do
objeto referido, que tomam como base as mesmas formulações e a partir desta
constroem novos conhecimentos. E em nenhum momento desse processo o debate
externo a própria teoria é necessário, visto que a prática científica requer o
confronto da sistematização teórica com a realidade empírica do objeto. Aqui eu
posso dar um exemplo de mim mesmo: logo que me aproximei do marxismo, meu
diálogo direto com interpretações para além do textos marxianos e engelsianos
foi com Althusser e Gramsci. Me pareciam intérpretes que estabeleciam um
parâmetro de confirmação empírica bem sólido, principalmente no que diz respeito
à política e à ideologia. Essas duas coisas soavam para mim como estruturas
muito bem estabelecidas que, usando a linguagem mainstream da sociologia,
determinavam a ação social dos agentes à elas submetidos (apesar de Gramsci não
ter essa leitura estruturalista, eu a fazia a partir do diálogo com Althusser).
A
psicanálise entrou no meu horizonte trazendo a ideia da estrutura inconsciente
como o campo no qual operava a ideologia, que se desenvolvia a partir da práxis
e da internalização de valores promovidos pelos aparelhos ideológicos do Estado
(escola, mídia, religião, etc, etc, etc). Eu nunca tive que botar um pé pra
fora do marxismo para, em dado momento, rever essa posição e perceber que a
ideologia é um processo muito mais amplo que uma determinação estrutural da
ação social. Revendo essas posições, entrei em contato com Lukács, que me abriu
um novo horizonte na interpretação da obra marxiana e daí em diante a Ideologia
alemã e os MEF passaram a ser meus “livrinhos de cabeceira”. De uns meses pra
cá, muitas das posições da leitura ontológica de Marx promovida por Lukács eu
estou revendo (embora eu não ache que eu possa falar tal coisa porque eu nem
sequer consegui terminar de ler a Grande Ontologia), ancorado principalmente na
interpretação soviética do método marxista promovida por Vigotski (que chegou,
em essência, a mesma postura ontológica que Lukács sem nunca ter conhecido a
ideologia alemã e os MEF, os textos que representam a chamada “virada
ontológica” de forma literal), estruturada filosoficamente, ao que me parece,
por Ilyenkov. Mas eu não diria que é uma “revisão” de Lukács, mas sim uma
complementação: Lukács se preocupou com os universais da vida humana, Vigotski
(e a escola histórico-cultural se preocupou) com os processos pelos quais esses
universais se estruturam na vida humana (a atividade, a mediação, os signos, os
instrumentos, etc). Percebam a enorme mudança intelectual (de estruturalista
pra psicologia histórico-cultural, que em termos filosóficos é muito mais
próxima do funcionalismo - inimigo mortal do estruturalismo) sem nunca passar
um dedo em um livro que não tenha seus pressupostos em escritos de Marx e
Engels.
Com
tudo isso, eu quis dizer que o conhecimento avança revisando a si mesmo,
aprofundando o estudo das nuances da teoria, das particularidades empíricas que
se derivam dos universais idealmente reproduzidos, e o debate externo não é
pressuposto para nenhuma dessas coisas. No entanto, não estou negando a
importância do debate, em verdade eu mesmo faço tal coisa com frequência,
apenas estou reconhecendo e tentando demonstrar que ele não é determinante para
o processo de conhecimento."
Atualizado em: 08/09/17
Ai vem um zé ruela lê o texto, e te xinga e fala que sua opinião não é valida porque você é "Petista", que adora pão "com mortadela", porque se você leu Marx você é "Comunista", somos a sociedade dos "rótulos", por causa dessa idiotização em massa, as pessoas hoje em dia não podem demonstrar ideias diferentes, não podemos ter opiniões customizadas, não podemos em alguns momentos concordar com a a direita e em outros concordar com a esquerda, estamos habituados a enquadrar opiniões diversas em um molde pré estabelecido de ideologias, Direita e esquerda, conservador e liberal, capitalista e comunista, burgueses e proletários, religiosos e ateus, por mais que construamos nossas opiniões por via de um meio social diverso, amplo e dinâmico, buscamos segregar e reforçar a noção de que todas as opiniões individuais devem caber em um molde pre estabelecido de ideias, para no fim sermos aceitos em um grupo social, seja ele uma roda de amigos, seja ele uma bolha social, toda opinião igual ou diversa da opinião de um individuo é instintivamente enquadrada nesses diversos moldes. Torna-se realmente difícil argumentar uma opinião quando um individuo deixa de lado sua racionalidade e não se propõe a um dialogo, a uma argumentação sobre temas diversos, sim deve haver tolerância, concordo que esta deva ser até certo ponto, permitir-se dialogar ideias, não significa aceitar oque é diverso de suas próprias ideias, mas é permitir-se desenvolver a logica e ordenação de suas próprias ideias, permanecendo as antigas ou estabelecendo novas ideias. O ser social deve entender quais são as disparidades de ideias, para poder em fim construir uma opinião, consciente, concisa e racional.
ResponderExcluir"Como disse o escritor italiano Umberto Eco, “a internet deu voz aos idiotas"
ResponderExcluirO autor do texto provavelmente não se coloca entre tais idiotas.
Afinal, é melhor do que todo mundo.
Podemos chamá-lo de Jesus.
A ideia do texto realmente é limitada, e o rapaz que diz que a direita conservadora agride e tem ideias idiota apenas se contradiz ...
Excluir"E isso ocorre principalmente porque é nossa tendência natural categorizar"
ResponderExcluirComo o ser humano seria capaz de pensar sem usar categorias e conceitos?
"e não de idealismos baratos"
ResponderExcluirDefina idealismos baratos.
O que constrói o meio social é o conjunto de crenças que os indivíduos possuem, pois, para agir, você precisa acreditar em algo. Até para uma ação prosaica como beber água. Se você se direciona a um copo de água, o pega e o bebe é porque acredita que aquele líquido incolor pode saciar sua sede.
Só que, de um ponto de vista social, as ações conjuntas dos seres humanos também vão construindo um conjunto de valores, ou seja, um conjunto de crenças.
É um sistema circular de feedback: [...]crença->ação->crença[...]
QUE SITE IDIOTA . ESQUERDISTA BURROS
ResponderExcluirNão sei o que é mais raso nesse texto, se sua forma ou se seu conteúdo. Gramática e linguagem sofríveis pra um texto de teor... medíocre. Lugares comuns e clichês não eram o que eu esperava de um “acervo crítico”. Me admira o auto ser um graduando de filosofia. Será que ele se refere ao curso do ensino médio?
ResponderExcluirEste comentário foi removido por um administrador do blog.
ResponderExcluirTe amo seu delicia
ResponderExcluirQue texto ruim... esperava algo mais filosófico, sem um respaldo ideológico-político.
ResponderExcluirA proporção internetêsca escoou, em poucos anos, a esperança de um mundo ético e bondoso para os decrépitos ralos da servidão da natureza humana, ainda animal e conflituosa. A emancipação exprime do emancipado o desejo pelo o esclarecimento daqueles que o cercam. A atual realidade, desgraçosa, usa o que é mais intrínseco ao homem contra ele mesmo: sua racionalidade. Afinal, sempre foi assim. O paradigma que nos cerca é atemporal: a inércia mental. A razão deveria nos unir, não nos separar.
ResponderExcluirMe desculpe! Mas, eu acredito que há uma distorção no conceito de Bolsa Social. Há uma mistura com um monte autores para corroborar a ideia deformada desse artigo. Bolha Social é péssimo. Pois, você não se abre para ouvir as outras pessoas. De muitas discussões sai respostas para inúmeros problemas no cotidiano. Você se cerca basicamente de uma verdade absoluta. Num mundo, onde há muitos aspectos relativos. Você não se protege. Pelo contrário, você fica rendido pelas fraquezas do próprio EGO FRAGILIZADO. Ou seja, dá aparência, de que você está se protegendo. Mas, você está completamente desprotegido. Pois, muitas vezes, aquela ideia ou ideal necessita de ajustes ou mudanças. Não dá para ficar preso a puro falibilismo. Estar tudo certo. Você tem que ter ouvir outras pessoas para ás vezes. Não bancar algo que está falhando muito. Ou seja, sair da menoridade e maioridade. Como dizia o Kant. Portanto, esse texto distorce o contexto de BOLHA SOCIAL. Dá uma ideia errática, de que o Ser Humano não precisa ouvir os outros. Pois, isso lhe traria segurança e proteção. Pelo contrário, isso vai fazer. Você ficar refém de uma falsa verdade absoluta e se aprisionar a falta de pensamento critico. Ou seja, parte da ideia, de que o homem é um agente neutro e sem autonomia. O que é também muito errático.
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