Ao
falar de relações humanas com o meio ambiente, certamente nos vem à cabeça a
forma como nós utilizamos, exploramos e exaurimos os recursos que a natureza
nos dá, causando prejuízos incalculáveis para o nosso planeta, que põem em
risco até a nossa própria existência na busca de sistemas capitalistas, pelo
máximo de lucro com o mínimo de respeito. E essa noção progressista é
totalmente oposta à de alguns povos, como os africanos, pois a sua relação com
o ambiente que vivem vai muito além da necessidade por alimento, água, e outros
elementos.
Para eles, antes de qualquer outra
necessidade, esta relação está diretamente ligada às suas crenças, de maioria
animistas, em divindades da natureza, como orixás e outras formas de
antepassados. E essa crença é que influi principalmente, no caráter pelo qual
esses povos tratam o seu ambiente, uma forma harmoniosa, afetuosa, coletiva, no
que diz respeito aos animais, a terra, o desmatamento para abrir lugares para a
colheita e para as casas, a produção de artefatos, que mantém na medida do
possível o equilíbrio, pois são conscientes de sua total interdependência com aquela
natureza, e as suas crenças, mesmo com a influência islâmica e cristã, são
baseadas principalmente na natureza.
Com o regime e o tráfico de escravos
que lhes foi imposto, e depois, com a consolidação do capitalismo, ultimamente,
essa relação tem sido afetada, pois, a exploração e a caça aos animais
selvagens se tornou intensa, levando muitos deles à extinção, como foi o caso
do Tilacino, um marsupial que vivia na região da Nova Guiné, o Antílope Azul,
que vivia na savana africana, e o Rinoceronte Negro do Oeste Africano, que foi
declarado extinto recentemente, em 2011, pela caça predatória. Mas ainda assim,
em muitas localidades, esta relação continua intacta, de forma responsável, mesmo
porque, os que mais predam o território africano em busca de riquezas
materiais, como ouro, pedras preciosas, e outros artefatos, são justamente os
europeus e norte-americanos com ideais capitalistas.
Deste
modo, para que os povos tradicionais possam ter espaços destinados às práticas
culturais, religiosas ou litúrgicas, e também, para seu plantio e outras
atividades, esses devem promover, nutrir, manter e exercitar o movimento ambientalista
em torno de suas comunidades, mesmo sendo uma alternativa complexa, com
necessidades de mobilização a nível nacional e internacional e a elaboração de
leis que demorariam uma eternidade política, pois priorizar o zelo pela
natureza é fundamental para a cautela da vida nesse território, e também no
planeta.
ótimo!
ResponderExcluirQual deve ser a principal atitude para que os povos tradicionais africanos mantenham sua cultura?
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