Rousseau (Genebra, 28 de Junho de 1712— Ermenonville, 2 de Julho de 1778), foi um importante filósofo, teórico político, escritor e compositor autodidata suíço. É considerado um dos principais filósofos do iluminismo e um precursor do romantismo.
“A felicidade é um estado permanente que não parece ter sido
feito, aqui na terra, para o homem. Na terra, tudo vive num fluxo contínuo que
não permite que coisa alguma assuma uma forma constante. Tudo muda à nossa
volta. Nós próprios também mudamos e ninguém pode estar certo de amar amanhã
aquilo que hoje ama. É por isso que todos os nossos projetos de felicidade
nesta vida são quimeras.
Aproveitemos a alegria do espírito quando a possuímos; evitemos afastá-la por nossa culpa, mas não façamos projetos para a conservar, porque esses projetos são meras loucuras. Vi poucos homens felizes, talvez nenhum; mas vi muitas vezes corações contentes e de todos os objetos que me impressionaram foi esse o que mais me satisfez. Creio que se trata de uma consequência natural do poder das sensações sobre os meus sentimentos. A felicidade não tem sinais exteriores; para a conhecer seria necessário ler no coração do homem feliz; mas a alegria lê-se nos olhos, no porte, no sotaque, no modo de andar, e parece comunicar-se a quem dela se apercebe.
Existirá algum prazer mais doce do que ver um povo
entregar-se à alegria num dia festivo, e todos os corações desabrocharem aos
raios expansivos do prazer que passa, rápida, mas intensamente, através das
nuvens da vida?”.
Trecho de Jean-Jacques
Rousseau, em ‘Os Devaneios do Caminhante Solitário’.