Este artigo foi publicado, originalmente, no blog Bora Discutir, do estudante de Ciências Econômicas da UFPI, Allefy Mateus. Agradeço a ele pela gentileza em ter cedido este artigo, com alguns acertos gráficos, colocamos aqui à disposição de todos. Boa leitura!
Em comparação com o capitalismo (economia de mercado), a economia planificada funcionou muito bem:
A União Soviética foi um exemplo concreto do que uma
economia planificada pôde produzir: pleno emprego, pensões garantidas, licença
maternidade paga, limites de horas de trabalho, cuidados médicos e educação
(incluindo ensino superior) gratuitos, férias pagas, moradia barata, cuidado
infantil a baixo custo, transporte público subsidiado e baixa desigualdade de
renda. A maioria de nós deseja tais benefícios. Entretanto, eles são
alcançáveis permanentemente? É largamente acreditado que embora a União
Soviética tenha produzido tais benefícios, no fim a economia de propriedade
pública e planificada não provou-se um fracasso. Caso contrário, como explicar o
fim do país? Ainda, sim, quando a economia soviética foi pública e planificada,
de 1928 a 1989, esta cresceu de forma sólida ano a ano, exceto durante os anos
de guerra. Para ser claro, enquanto as economias capitalistas mergulharam em
uma depressão profunda e solidamente caíram em recessões de poucos em poucos
anos, a economia soviética infalivelmente não o fez, expandindo-se
incessantemente e proporcionando emprego a todos. Longe de ser um fracasso, a
economia pública e planificada da União Soviética funcionou notavelmente bem. O
que não funcionava era o capitalismo, com suas ocasionais depressões, regulares
recessões, desempregos em massa e extremos de riqueza e pobreza, tanto mais
evidente hoje quando as economias capitalistas contraem ou mancam juntas,
condenando inúmeras pessoas à inatividade. O que eventualmente levou à queda da
União Soviética foi o pedágio acumulado sobre a economia soviética para
derrubá-la, a intensificação da Guerra Fria pelo governo Reagan e a inabilidade
da liderança soviética para achar uma maneira de escapar do prejuízo que tais
coisas causaram.
Nos anos 80, a URSS estava demonstrando as estirpes da
Guerra Fria. Sua economia crescia, mas a um ritmo menor que no passado. A
competição militar com seu adversário ideológico, os EUA, atrasou seu
crescimento de várias maneiras. Primeiro, recursos R&D (pesquisa e
desenvolvimento, “research and development”) foram monopolizados pelos
militares, privando a economia civil dos melhores cientistas, engenheiros e
ferramentas. Segundo, gastos militares aumentaram para se responder ao abandono
da trégua em favor de uma nova corrida armamentista por parte do governo Reagan
que tinha claramente como objetivo prejudicar a economia soviética. Para
impedir a agressão estadunidense, os soviéticos utilizaram uma punitiva
porcentagem de seu PIB no setor militar, enquanto os EUA, com uma economia
maior, investiam mais em termos absolutos porém em uma cota menor e mais
gerenciável da renda nacional. Em terceiro lugar, para se proteger contra
os perigos de depender de importações estrangeiras de matérias-primas
importantes que poderiam ser cortadas para deixar o país de joelhos, a União
Soviética escolheu extrair matérias-primas de seu próprio vasto território. Ao
mesmo tempo em que fez a URSS autossuficiente, o abastecimento interno enredou
o país numa armadilha Ricardiana*. O custo de produzir matérias-primas
aumentou, à medida que fontes mais novas e difíceis de alcançar precisavam ser
exploradas enquanto as mais velhas e de fácil alcance se esgotavam. Em quarto
lugar, a fim de melhor defender o país, os soviéticos procuraram aliados no
leste europeu e no terceiro mundo. Porém, porque a URSS era mais rica que os
países e movimentos com que se aliou, este se tornou a âncora e financiadora
oficial dos outros países socialistas, movimentos de libertação e estados que
buscavam libertar-se da espoliação por parte das potências ocidentais. Como seu
número de aliados, aumentou, e Washington manobrou para armar, financiar e
apoiar as revoltas anti-comunistas em uma tentativa de impor pressão adicional
ao tesouro soviético, os custos de Moscou para auxiliar seus aliados. Esses
fatores — corolários da necessidade de prover defesa para a União
Soviética — combinaram-se para empurrar custos até o ponto que eles impediram
seriamente o crescimento soviético.
Com a desaceleração do crescimento e os custos de defender o
país aumentando, parecia que era apenas uma questão de tempo até que a URSS se
achasse entre a Scylla de um posicionamento militar insustentável e a Caríbdis
de uma falência impulsionada pela corrida armamentista. Mikhail Gorbatchev, o
último líder do país, enfrentou um dilema: ele poderia falir a economia
tentando manter o ritmo com os gastos armamentistas americanos ou retirar-se
completamente da corrida. Gorbatchev escolheu a última opção. Ele agiu pelo fim
da Guerra Fria, retirando auxílio militar aos aliados e comprometendo-se à
cooperação com os Estados Unidos. No plano econômico, ele agiu para transformar
a União Soviética em uma socialdemocracia ocidental. Entretanto, ao invés de
resgatar o país de um futuro de crescimento econômico ainda mais lento, as
capitulações de Gorbatchev em política econômica e externa levaram a um
desastre. Sem a mão restritiva da União Soviética, os Estados Unidos iniciaram
uma série de agressões ao redor do mundo, a começar pelo Iraque, prosseguindo à
Iugoslávia, Afeganistão, Iraque de novo e então Líbia, com numerosas
intervenções menores entre essas. O abandono do planejamento econômico e os
esforçar para limpar o caminho para a implementação de uma economia de mercado
empurrou o país para uma crise. Dentro de 5 anos, a Rússia mostrou-se um
desastre econômico. O desemprego, a falta de moradia, a falta de segurança e o
parasitismo social (viver do trabalho dos outros) retornaram como uma vingança.
No dia de natal de 1991, data em que a URSS oficialmente
acabou, Gorbatchev disse: “Vivemos em mundo novo. A Guerra Fria está terminada.
A corrida armamentista e a militarização louca dos Estados, que deformaram
nossa economia, sociedade e valores, foram parados. A ameaça de uma guerra
mundial foi eliminada” (Roberts, 1999). Isso fez de Gorbatchev bastante popular
no ocidente. Os russos estavam bem menos entusiasmados. Contida nas palavras de
Gorbatchev estava a verdade de que a primeira tentativa consciente do mundo de
construir uma alternativa ao capitalismo havia chegado ao fim. Não foi porque o
sistema soviético provou-se ineficiente; pelo contrário, ele mostrou funcionar
melhor que o capitalismo. A verdadeira razão para o fim da URSS foi que seu
líder capitulou diante de um inimigo americano, que, desde a 2º Guerra Mundial,
e com vigor crescente durante a era Reagan, promoveu uma corrida armamentista
para eliminar a economia soviética. Esta foi uma economia que funcionou para
99% da população, e, portanto, se lhe tivesse sido permitido prosperar, teria
desacreditado as economias privadas e reguladas pelo mercado de que 1% da
população se favorece e beneficia. Foi esse modelo de livre iniciativa e
desregulamentação do mercado que gerou vasta riqueza, conforto e segurança as
prerrogativas dos capitães da indústria e titãs financeiros e desemprego,
pobreza, fome, insegurança econômica e indignidade — condições necessárias
para a existência dos 1% mais ricos — para o resto de todo mundo.
Os 21 anos desde o fim da URSS não têm sido fáceis. Stálin,
sob cuja tutela a primeira economia pública e planificada do mundo foi
construída, deu certa vez uma advertência profética: “O que aconteceria se o
capitalismo conseguisse esmagar as repúblicas soviéticas? Isto iniciaria uma
era da mais negra reação nos países capitalistas e coloniais. A classe
trabalhadora e os povos oprimidos seriam pegos pela garganta, as posições do
comunismo mundial estariam perdidas” (Stalin, 1954). E da forma como Stálin
havia precisamente profetizado 10 anos antes da operação Barbarossa, a invasão
nazista da União Soviética, que seu país tinha apenas 10 anos para se preparar
para um ataque, também previu ele com precisão as consequências da queda da
União Soviética perante as forças do capitalismo. Uma era da mais negra reação,
de fato, iniciou-se. Washington tem agora mais liberdade para força militar
para prosseguir com sua agenda reacionária em todo o mundo. A posse pública e a
planificação mantêm-se em Cuba e na Coreia do Norte, porém os Estados Unidos e
seus aliados usam sanções, isolamento diplomático e assédio militar para
sabotar as economias dos sobreviventes (tal como fizeram com a economia
soviética), de modo que as consequências podem ser falsamente atribuídas às
deficiências da propriedade pública e da planificação. Elas são, na verdade,
fruto de um programa metódico de guerra de baixo nível. Estimulados a acreditar
que o sistema econômico soviético tinha falhado, muitas pessoas, incluindo
tanto os defensores e detratores comunistas da União Soviética, concluíram que
um sistema de propriedade pública e planificação são inerentemente defeituosas.
Comunistas bandearam-se de partidos comunistas para socialdemocratas, ou
abandonaram a política radical logo. Os socialdemocratas deslocaram-se à
direita, evitando a reforma e abraçando o neoliberalismo. Além disso, os
governos ocidentais, não precisando mais barrar o apelo da propriedade pública
e da planificação, abandonaram a política de pleno emprego e declararam não
serem mais acessíveis serviços públicos robustos (Kotz, 2001). Ao mesmo tempo,
a privatização na antiga União Soviética e países ex-comunistas expandiu a
oferta global de força de trabalho, com consequências previsíveis para os
níveis de salários em todo o mundo. A derrota da União Soviética deu início a
uma era áurea para o capital. O resto de nós, como advertiu Stálin, fomos pegos
pelas gargantas...
As maiores economias do mundo estão em crise desde 2008. Algumas
estão presas em uma espiral fatal de austeridade, algumas nas garras da
recessão, a maioria crescendo lentamente na melhor das hipóteses. Austeridade
— na realidade a eliminação de serviços públicos — é a pseudo-solução
prescrita. Não há fim à vista. Em algumas partes da Europa, o desemprego
oficial chega a 2 dígitos; o desemprego entre os jovens, ainda mais. Na Grécia,
um país de 11 milhões, há apenas 3,7 milhões empregados (Walker e Kakaounaki,
2012). Além disso, a crise não pode, de forma alguma, ser atribuída a um poder
externo trabalhando sistematicamente para trazer a derrubada do capitalismo,
tal qual os EUA e seus aliados fizeram para com a propriedade pública e a
planificação na URSS. Ainda assim, livre para se desenvolver sem o ônus de um
esforço organizado para sabotá-lo, o capitalismo não está funcionando. Poucos
deixam isso claro. Em contraste, o modelo soviético de propriedade e
planejamento — que, desde o início, foi alvo de um esforço concentrado
para derrubá-lo — jamais, exceto os anos de 2ª Guerra Mundial, caiu em
recessão, nem deixou de oferecer pleno emprego. Entretanto entende-se, até mesmo
por alguns ex-partidários da União Soviética, ter sido ineficiente. Ao
contrário do engano geral, a experiência soviética não demonstrou que uma
fraqueza inerente existiu dentro da propriedade pública, que a levou ao
fracasso. Ela demonstrou, pelo contrário, o oposto – o que a propriedade
pública e a planificação puderam fazer o que o capitalismo não pode: produzir
um crescimento econômico constante, pleno emprego, uma ampla gama de gratuitos
e semi-gratuitos serviços públicos e uma distribuição bastante igualitária da
renda. Além disso, pôde fazê-lo ano após ano e continuou a fazê-lo até que a
liderança soviética puxou a tomada. Demonstrou, também, que a elite dos 1% iria
defender a propriedade privada usando meios militares, econômicos e ideológicos
para esmagar um sistema que funcionou contra eles mas fê-lo esplendidamente
pelos outros 99% (um esforço que continua hoje contra Cuba e Coreia do Norte).
A derrota da União Soviética, de fato, marcou o início de um
período negro de reação. A saída permanece sendo, como sempre, a propriedade
pública e a planificação — que a experiência soviética de 1928 a 1989
demonstrou funcionar muito bem — e a luta contra aqueles que tentam
desacreditá-la, degradá-la ou destruí-la.
O que a propriedade
pública e a planificação fizeram pelos cidadãos comuns da URSS:
Os benefícios do sistema econômico soviético encontraram-se
na eliminação dos males do capitalismo – o fim do desemprego, da inflação, das
recessões e depressões, os extremos de riqueza e pobreza; o fim da exploração,
ou seja, de viver do trabalho dos outros; e a prestação de um vasto leque de
gratuitos ou semigratuitos serviços públicos.
A mais importante conquista da economia soviética foi a
abolição do desemprego. A União Soviética não apenas proveu emprego para todos como
o trabalho era considerado uma obrigação social, de tanta importância que foi
consagrado na constituição. A constituição de 1936 estipulara que “os cidadãos
da URSS têm o direito de trabalhar, ou seja, são garantidos o direito ao
emprego e ao pagamento por seu trabalho de acordo com a qualidade e
quantidade.” Por outro lado, viver de meios que não o trabalho era proibido.
Consequentemente, tirar riqueza de rentismo, lucros, especulação ou mercado
negro — parasitismo social — era ilegal (Szymanski, 1984). Achar um
emprego era fácil, porque normalmente havia baixa oferta de trabalho.
Consequentemente, os funcionários tinham um alto poder de negociação no
trabalho, com evidentes benefícios em segurança do trabalho e a gestão
prestando muita atenção a satisfação do empregado (Kotz, 2003).
O artigo 41 da constituição de 1977 estabeleceu a semana de
trabalho em 41 horas. Trabalhadores do turno da noite trabalhavam 7 horas mas
recebiam a remuneração total (correspondente a 8 horas). Os trabalhadores
empregados em empregos perigosos (por exemplo, mineradores) ou onde a
vigilância mantida era crítica (por exemplo, médicos), trabalhavam 6 ou 7 horas
mas recebiam salário integral. Trabalho em hora-extra foi proibido, exceto em
circunstâncias especiais (Szymanski, 1984).
A partir dos anos 60, os trabalhadores receberam em média um
mês de férias (Keeran e Kenny, 2004; Szymanski, 1984), que poderiam ser
tomadas em resorts subsidiados (Kotz, 2003). A todos os cidadãos soviéticos era fornecida uma renda de
aposentadoria, aos homens com 60 anos de idade e às mulheres com a idade de 55
(Lerouge, 2010). O direito à pensão (assim como benefícios por invalidez) foi
garantido pela constituição soviética (artigo 43, constituição de 1977), ao
invés de ser revogável e sujeita a caprichos momentâneos de políticos, como é o
caso nos países capitalistas.
Às mulheres era garantida licença maternidade totalmente
remunerada desde 1936, além de muitos outros benefícios, pela constituição
soviética (artigo 122, 1936). Simultaneamente, a constituição de 1936 provia
uma ampla rede de maternidades, creches e jardins de infância, enquanto a
constituição de 1977 obrigava o Estado a ajudar “a família, proporcionando e
desenvolvendo um amplo sistema de assistência à infância... mediante o
pagamento de subvenções sobre o nascimento de uma criança, fornecendo subsídios
às crianças e benefícios para as grandes famílias” (artigo 35). A União
Soviética foi o primeiro país a criar creches públicas (Szymanski, 1984).
Também lhes foi garantida a igualdade de direitos em relação
aos homens, em todas as esferas da vida econômica, política, cultural e social
(artigo 122, 1936), incluindo o direito ao emprego, descanso e lazer, segurança
social e educação. Entre seus muitos pioneirismos, a URSS foi o primeiro país a
legalizar o aborto, que estavam disponíveis sem custo algum (Sherman, 1969).
Também foi o primeiro país a trazer as mulheres para os cargos superiores do
governo. Uma intensa campanha foi realizada na Ásia central soviética para
libertar as mulheres da opressão misógina do islamismo conservador. Isso
produziu uma transformação radical das condições de vida das mulheres nestas
áreas (Szymanski, 1984).
O direito à moradia foi garantido por uma disposição
constitucional de 1977 (artigo 44). O espaço urbano para habitação foi,
entretanto, reduzido à metade do que era por cabeça na Áustria e na Alemanha
Ocidental, por exemplo. As razões eram construção inadequada na era czarista, a
destruição massiva de moradias durante a 2ª Guerra Mundial e a ênfase soviética
na indústria pesada. Depois da revolução, novas moradias foram construídas, mas
seu “estoque” permaneceu insuficiente. A construção de habitações pesava
fortemente sobre o capital, de que o governo necessitava urgentemente para a
construção da indústria. Além disso, os invasores nazistas destruíram de 1/3 a
1/2 das habitações soviéticas durante a 2ª Guerra Mundial (Sherman 1969).
Cidadãos urbanos soviéticos vivam tipicamente em edifícios
de apartamentos de propriedade da empresa em que trabalhavam ou do governo local.
Os aluguéis eram baratíssimos por lei, cerca de 2 a 3% do orçamento familiar,
enquanto os utilitários ocupavam de 4 a 5% (Szymanski, 1984; Kenny &
Keeran, 2004). Isso difere nitidamente dos Estados Unidos, onde os aluguéis
consumiam uma parcela significativa do orçamento familiar médio (Szymanski,
1984) e ainda o fazem. Produtos alimentares e outras necessidades eram
subsidiados, enquanto itens de luxo eram vendidos bem acima de seus custos.
O transporte público era eficiente, extenso e praticamente gratuito.
A tarifa de metrô era cerca de 8 centavos nos anos 70, inalterada desde 1930.
Nada comparável existiu nos países capitalistas. Isto porque um serviço público
eficiente, acessível e extenso limitaria severamente as oportunidades de lucro
de fabricantes de automóveis, companhias de petróleo e empresas de engenharia
civil. A fim de salvaguardar seus lucros, essas empresas usam sua riqueza,
conexões e influência para impedir o desenvolvimento de eficientes, extensas e
baratas alternativas públicas ao transporte privado. Os governos, que precisam
manter a indústria privada feliz para que esta possa gerar empregos, são
obrigados a jogar seu jogo. A única maneira de mudar isto é pôr o capital sob o
controle público, a fim de usá-lo para atender às metas de políticas públicas
estabelecidas em um plano conscientemente construído.
A União Soviética deu maior ênfase à saúde do que seus
adversários capitalistas. Nenhum outro país teve mais médicos ou leitos
hospitalares por cabeça que a URSS. Em 1977, esta tinha 35 médicos e 212 leitos
hospitalares a cada 10.000 habitantes, em comparação com 18 médicos e 63 leitos
hospitalares nos EUA (Szymanski, 1984). O mais importante: a saúde era
gratuita. Que cidadãos dos EUA tivessem que pagar por atendimento médico foi considerado
extremamente bizarro na URSS, e os cidadãos soviéticos “frequentemente
questionavam os visitantes estadunidenses de forma bastante incrédula quanto a
isso” (Sherman, 1969). A educação superior também era gratuita, e bolsas estavam
disponíveis para estudantes de pós-graduação, adequadas para pagar
livros-texto, hospedagem e alimentação, dentre outras despesas (Sherman, 1969;
Szymanski, 1984).
A desigualdade de renda na União Soviética era leve em
comparação com os países capitalistas. A diferença entre a maior renda e o
salário médio era equivalente à diferença entre a renda mensal de um médico e
um trabalhador comum nos EUA, cerca de 8 a 10 vezes maior (Szymanski, 1984). Os
rendimentos mais elevados da elite proporcionaram privilégios não maiores que a
capacidade de se adquirir uma casa modesta e um carro (Kotz, 2000). Para
comparar, em 2010, os 100 CEO's mais bem pagos do Canadá tinham rendimentos 155
vezes que os salários médios de tempo integral. Este era de US$43.000 (Canadian
Centre for Policy Alternatives, 2011). Um rendimento 10 vezes maior seria de
US$430.000 — mais ou menos o que os membros da elite capitalista ganham em
uma semana. Um fator que mitigou a desigualdade de renda na União Soviética foi
o acesso de todos os cidadãos soviéticos a serviços essenciais, sem nenhum ou
quase nenhum custo. Assim, o grau de desigualdade material era ainda menor que
o grau de desigualdade de renda (Szymanski, 1984).
Líderes soviéticos não vivam nas opulentas mansões que são
as residências comuns de presidentes, primeiros-ministros e monarcas na maioria
das capitais do mundo (Parenti, 1997). Gorbatchev, por exemplo, vivia num
prédio de apartamentos para 4 famílias. Um alto funcionário da construção em
Leningrado viva num apartamento de um quarto, enquanto o funcionário político
do topo em Minsk, sua esposa, sua filha e seu filho adotado moravam num
apartamento de dois quartos (Kortz e Weir, 1997). Críticos da União Soviética
acusam sua elite de ser uma classe dominante exploradora, mas os rendimentos
modestos e as circunstâncias materiais humildes desta levantam sérias dúvidas
sobre esta avaliação. Se foi de fato uma classe dominante exploradora, foi a
mais estranha da história.
O recorde de
crescimento da economia soviética sob a propriedade pública e a planificação:
A partir do momento que, em 1928, a economia soviética
tornou-se propriedade pública e planificada, até o ponto em 1989 no qual a
economia foi empurrada em direção ao livre-mercado, o crescimento do PIB per
capita soviético foi superior ao de qualquer outro país exceto Japão, Coreia do
Sul e Taiwan. Ele cresceu a uma taxa de 5,2% contra 4% para a Europa Ocidental
e 3,3% para as ramificações da Europa Ocidental (EUA, Canadá, Austrália e Nova
Zelândia). Em outras palavras, no tempo em que a economia planificada e de
propriedade pública estava em prática, o registro de aumento das riquezas na
URSS foi melhor que a dos principais países capitalistas industrializados. O
robusto crescimento da União Soviética durante esse período é ainda mais impressionante
considerando que o período inclui os anos de guerra, quando um grande ataque da
Alemanha nazista deixou um rastro de destruição no caminho. Os invasores
alemães destruíram mais de 1500 cidades e vilas, mais de 70000 aldeias, 31000
fábricas e 100 milhões de cabeças de gado (Leffler, 1994). O crescimento foi
máximo até 1970, ponto em que a economia soviética começou a ocorrer mais
devagar. No entanto, mesmo durante esse período chamado (erroneamente) de
estagnação pós-1970, o PIB per capita cresceu 27% (Allen, 2003).
Enquanto as taxas de crescimento do PIB per capita soviético
se mostram positivas em comparação com a das principais economias capitalistas,
uma comparação ainda mais relevante é a com o resto do mundo. Em 1929, a União
Soviética ainda era em grande parte um país agrário, e a maioria das pessoas
trabalhava na agricultura, comparado com uma minoria na Europa Ocidental e na
América do Norte. Assim, a economia da URSS no momento de sua transição para a
propriedade pública e a planificação era muito diferente da dos países
ocidentais industrializados. Por outro lado, o resto do mundo se parecia com a
União Soviética, sendo também, em grande parte, agrário (Allen, 2003). É, por
conseguinte, com o resto do mundo e não os Estados Unidos e outros países
industrializados avançados que a URSS deve ser comparada. De 1928 a 1989, o PIB
per capita soviético não só ultrapassou o crescimento dos países ricos como
também excedeu o crescimento em todas as outras regiões do mundo combinadas,
bem como em maior grau. Assim, a economia planificada de propriedade pública
não só ultrapassou o desenvolvimento das economias capitalistas mais ricas como
também cresceu ainda mais rápido que os países; ela cresceu ainda mais rápido
que as economias dos países que eram parecidos com ela em 1928. Por exemplo,
fora do seu núcleo sul, o PIB per capita da América Latina era de US$1332
(dólares de 1990), quase igual aos US$1370 da URSS.
Em 1989, o mesmo dado alcançou, na América Latina, US$4486, mas a renda média da União Soviética havia alcançado um nível muito maior, US$7078 (Allen, 2003). A propriedade pública e a planificação haviam elevado níveis de vida a um patamar mais alto do que o capitalismo na América Latina havia feito, apesar do mesmo ponto de partida. Além disso, enquanto a economia soviética nos tempos de paz crescia seguramente, a economia latino-americana crescia aos trancos e barrancos, com empresas regularmente fechando as portas e demitindo seus funcionários.
Em 1989, o mesmo dado alcançou, na América Latina, US$4486, mas a renda média da União Soviética havia alcançado um nível muito maior, US$7078 (Allen, 2003). A propriedade pública e a planificação haviam elevado níveis de vida a um patamar mais alto do que o capitalismo na América Latina havia feito, apesar do mesmo ponto de partida. Além disso, enquanto a economia soviética nos tempos de paz crescia seguramente, a economia latino-americana crescia aos trancos e barrancos, com empresas regularmente fechando as portas e demitindo seus funcionários.
Talvez o melhor exemplo de como a planificação e a
propriedade pública se saiu melhor em elevar o padrão de vida venha de uma
comparação dos rendimentos da Ásia Central soviética com o dos vizinhos no
Oriente Médio e Sul da Ásia. Em 1928 essas áreas estavam em um estado
pré-industrial. Sob a propriedade pública e a planificação, a renda média na
Ásia Central soviética cresceu para US$5257 em 1989, 32% maior que na vizinha
capitalista Turquia, 44% maior que no vizinho capitalista Irã e 241% maior que
no vizinho capitalista Paquistão (Allen, 2003). Para os asiáticos centrais,
ficou claro que o padrão de vida do lado soviético da fronteira era mais alto.
A emulação do financiamento público de pesquisa e desenvolvimento por parte dos EUA:
Os defensores de uma economia de livre iniciativa querem nos
fazer acreditar que a propriedade pública e a planificação sufocam a inovação,
enquanto a livre iniciativa estimula-o. Se for esse o caso, como é que vamos
explicar:
Que a União Soviética superou os EUA alcançando o espaço em
1950, acumulando um recorde de pioneirismos na exploração do espaço e,
consequentemente, desencadeando um pânico em Washington? Que a maioria das inovações nos EUA, da internet ao
algoritmo do mecanismo de pesquisa do Google passando pelos medicamentos
avançados e o iPhone sejam baseados não em investimento privado, mas em
financiamento público?
Na realidade, a verdade sobre a inovação é o exato oposto do
que os apologistas do livre-mercado querem nos fazer crer. Não é a iniciativa,
mas a planificação e o financiamento público que a dirigem.
As conquistas soviéticas no espaço, se consideradas à luz da
ideia equivocada de que a URSS sempre foi uma pobre segunda-melhor para o
supostamente mais dinâmico EUA, são verdadeiramente surpreendentes. As
conquistas soviéticas constituem o primeiro satélite, o primeiro homem em
órbita, a primeira mulher em órbita, a primeira caminhada espacial, o primeiro
pouso lunar, a primeira imagem do lado mais distante da lua, a primeira
aterrissagem suave não tripulada na lua, o primeiro veículo lunar, a primeira
estação espacial e a primeira sonda interplanetária. O pânico criado em
Washington depois que a economia soviética supostamente sufocadora-de-inovações
permitiu à URSS bater seu adversário ideológico muito mais rico no espaço
galvanizou os Estados Unidos para pegar uma folha do livro soviético. Assim
como os soviéticos estavam fazendo, Washington usaria fundos públicos para
fortalecer a pesquisa em inovações. Isso seria feito por meio da Agência de
Projetos de Pesquisa Avançada em Defesa, a DARPA. Esta viria a canalizar
dinheiro público para cientistas e engenheiros para pesquisa militar e
espacial, entre outras. Muitas das inovações que sairiam da DARPA viriam a
fazer o caminho para os investidores privados, que os usariam para lucro
próprio (Mazzucato, 2011). Desta forma, os investidores privados foram poupados
de arriscar seu próprio capital, como a mitologia da livre-iniciativa quer nos
fazer crer que eles fazem. Nessa mitologia, perspicazes e ousados capitalistas
colhem grandes lucros por arriscar seu capital em uma pesquisa que poderia
nunca ser paga. Exceto que não é assim que funciona. É muito melhor para os
investidores investir seu capital em empreendimentos com menos riscos e retornos
imediatos, enquanto o público arca com o ônus do financiamento de pesquisa e
desenvolvimento e seus muitos riscos e inseguranças. Usando sua riqueza,
influência e conexões, os investidores têm pressionado com sucesso os políticos
para manter este agradável arranjo no lugar. A realidade da livre-iniciativa,
portanto, baseia no sistema-otário: o risco é socializado (ou seja, bancado
pelo público, os otários), enquanto os benefícios são “privatizados” (por
investidores que manipularam políticos para impor ao público o ônus de
financiar a pesquisa e o desenvolvimento).
Um estudo realizado por Block e Keller (2008) constatou que,
entre 1971 e 2006, 77 das 88 melhores inovações em pesquisa e desenvolvimento
tinham sido totalmente financiadas pelo governo dos EUA. Resumindo uma pesquisa
da economista Mariana Mazzucato, o colunista do Guardian Seumas Milne (2012)
aponta que “os algoritmos que sustentaram o sucesso do Google foram
financiados pelo setor público. A tecnologia no iPhone da Apple foi inventada
no setor público. Em ambos EUA e Reino Unido foi o Estado, e não a indústria
farmacêutica, que financiou os mais inovadores medicamentos 'nova entidade
molecular', com o setor privado desenvolvendo, então, pequenas variações. E na
Finlândia, foi o setor público que financiou o desenvolvimento precoce da Nokia
— e fez um retorno desse investimento.”
A energia nuclear, a tecnologia para satélites e foguetes e
a internet são outros exemplos de inovações que foram produzidas com dinheiro
público, e têm sido usadas desde então para lucro privado. O presidente
estadunidense Barack Obama reconheceu a natureza da fraude em um pronunciamento
sobre o estado da nação de 2011: “Nosso sistema de livre-iniciativa”, começou o
presidente, “é o que impulsiona a inovação.” No entanto ele imediatamente se
contradisse ao dizer que “mas porque nem sempre é rentável às empresas investir
em pesquisa básica, ao longo da história o nosso governo tem proporcionado
cientistas e inventores de ponta e o suporte de que eles necessitam.”
Tudo isso aponta para dois fatos importantes: (1) os Estados
Unidos deram o pontapé inicial na inovação de sua economia pela simulação do
modelo soviético de pesquisa dirigida pelo Estado porque a iniciativa privada
não estava à altura da tarefa e (2) em vez de imitar o modelo soviético para o
beneficiamento público, os EUA canalizaram o financiamento público em pesquisa
e desenvolvimento para o lucro privado. A partir do segundo ponto pode
inferir-se um terceiro: o fato de que os soviéticos socializaram os benefícios
que fluem dos riscos socializados, enquanto os EUA “privatizaram-lhes”, reflete
a natureza antagônica dessas duas sociedades: uma delas, uma sociedade
orientada pelo coletivo e organizada para beneficiá-lo; a outra, uma sociedade
de negócios organizada para beneficiar uma minoria de proprietários e donos de
empresas. O capitalismo, como o presidente dos EUA reconhece, não promove a
inovação, porque “nem sempre é rentável para as empresas investir em pesquisa
básica.” Por outro lado, o financiamento dirigido pelo Estado é fonte de
inovação. Claramente, então, uma agenda política tem alimentado dois mitos: (a)
que um sistema de propriedade pública e planificação impede a inovação e (b)
que o sistema de lucro a estimula.
Por que o crescimento desacelerou:
Embora a economia soviética tenha crescido rapidamente entre
1928 e 1989, esta nunca ultrapassou as economias da América do Norte, Europa
Ocidental e Japão.
Consequentemente, a renda per capita da URSS sempre foi
menor que a das economias capitalistas industrializadas. A desvantagem
comparativa dos rendimentos e condições de vida foi falsamente atribuída às
supostas ineficiências da propriedade pública e da planificação, em vez da
realidade de que, tendo iniciado ainda mais para trás que os países capitalistas
ricos, a União Soviética tinha mais estrada para percorrer. Quando a corrida
começou, em 1928, a União Soviética ainda era em grande parte um país agrário
enquanto os EUA já eram industrializados. Por isso a União Soviética tinha de
percorrer o terreno que os EUA já haviam percorrido quando a Rússia estava sob
o domínio sufocante da tirania czarista. Além disso, tinha que fazê-lo sem
riquezas extraídas de outros países, como os EUA, Grã-Bretanha, França e Japão
que haviam baseado parte de sua prosperidade em explorar seus próprios impérios
formais e informais (Murphy, 2000). É verdade que a URSS possuía um grupo de
países satélites na Europa Oriental — sobre os quais exerceu hegemonia,
mas, exceto nos primeiros anos do pós-2ª Guerra Mundial, esses países nunca
foram economicamente explorados pela União Soviética. Se qualquer coisa, os
soviéticos, que exportavam matérias-primas em troca de bens manufaturados,
saíram perdendo no final de sua relação comercial com seus satélites. Enquanto
eles permaneceram membros do Pacto de Varsóvia — uma aliança defensiva
formada depois e em resposta à OTAN — e mantiveram alguma aparência de
propriedade pública e planejamento, Moscou permitiu aos países do Leste Europeu
traçar seu próprio curso. A hegemonia soviética, então, limitou-se a dar
cumprimento a essas duas condições (Szymanski, 1979).
Em meados da década de 1970 havia uma série preocupação em
Washington de que a economia soviética estava em rumo de ultrapassar a dos
Estados Unidos. Uma vez que Washington sempre apontou para a maior renda média
e o padrão de vida mais elevado dos Estados Unidos para mobilizar a fidelidade
de sua população, a liderança soviética (no campo da economia) seria um golpe
mortal à legitimidade do capitalismo estadunidense. Estimativas cuidadosas
preparadas nos EUA mostraram que o PIB soviético estava ganhando do
estadunidense. Em 1950, a economia soviética era apenas um terço da economia
estadunidense, mas cresceu para quase metade 8 anos depois (Sherman, 1969). Do
ponto de vista dos estrategistas em Washington no final dos anos 1950, o perigo
que se aproximava era que, no ritmo corrente, a economia soviética
ultrapassasse a economia dos EUA por volta de 1982. Nesse momento, todo o
fundamento da crença da população dos EUA na necessidade da
livre-iniciativa — que produziu um padrão de vida mais elevado do que a
propriedade pública e a planificação — desmoronaria. Alguma coisa tinha de
ser feita.
Em 1975, a CIA estimou que a economia soviética era cerca de
60% da economia estadunidense (Kotz e Weir, 1997). No entanto, o crescimento
econômico soviético começava a desacelerar. De acordo com dados fornecidos por
Allen (2003), o PIB per capita soviético cresceu a uma taxa de 3,4% de 1928 a
1970, mas a menos de metade dessa taxa, 1,3%, de 1970 a 1989. Teria os Estados
Unidos, alarmado por ter sido batido na corrida espacial e agitado por aquilo
que parecia a perspectiva bem real de ser economicamente ultrapassado pela
URSS, manobrado para sabotar o progresso soviético?
A guerra fria nunca foi gentil com as perspectivas
soviéticas de crescimento. Os líderes soviéticos reconheceram que uma economia
planificada e de propriedade pública era um anátema para os capitães da
indústria e das finanças que usam sua riqueza e conexões para dominar a
política nos países capitalistas. A URSS tinha sido invadida várias vezes, e em
duas ocasiões por potências capitalistas agressivas com o intuito de varrer o
sistema soviético para fora do mapa. A fim de deter futuras agressões, foi
necessário manter o ritmo militarmente. Portanto, a União Soviética lutava da
melhor forma que podia para obter uma paridade militar áspera para manter uma
convivência pacífica com os seus vizinhos capitalistas (Szymanski, 1979).
No entanto, o tamanho menor da economia soviética em relação
a seus concorrentes ideológicos gerou problemas. A necessidade de manter a
paridade militar áspera significou gastar um percentual muito mais elevado do
PIB com os militares em comparação com o que os EUA e outros países da OTAN
gastavam em suas forças armadas. Recursos que poderiam ter sido mobilizados
para a expansão industrial para ajudar o país a elevar-se economicamente
tiveram de ser alocados para a auto-defesa (Murphy, 1999). Desde a década de
1950 até a de 1970, os soviéticos gastaram de 12 a 14% do seu PIB com o
exército (Szymanski, 1984; Allen, 2003), um número que iria crescer muito mais
depois, quando o governo Reagan elevou os gastos militares, antecipando um
esforço soviético para manter-se que poderia prejudicar a economia da URSS. Outra
restrição imposta à economia soviética pela necessidade de deter a agressão
militar foi a monopolização dos recursos de pesquisa e desenvolvimento por
parte dos militares.
Mantendo o ritmo militarmente envolvido numa batalha
incessante para alcançar a inovação militar estadunidense. Quando os EUA
Explode a primeira bomba atômica em 1945, a URSS correu para igualar a façanha
científica dos EUA. O que fez isso quatro anos depois. A introdução dos Estados
Unidos da bomba de hidrogênio em 1952 foi rapidamente seguida pelos soviéticos
explodindo sua própria bomba de hidrogênio, um ano depois. O primeiro
submarino estadunidense lançador de mísseis nucleares foi acompanhado pela URSS
um ano depois. Nenhuma arma importante foi primeiro desenvolvida pela URSS, com
uma única exceção — A ICBM. Ao contrário dos EUA, a URSS não tinha bases
militares perto do seu rival ideológico. E, portanto, precisava de uma maneira
de transportar ogivas nucleares em longas distâncias. No entanto, o objetivo
foi em legítima defesa, e que a União Soviética era normalmente em modo de
recuperação em sistemas de armas demonstrou que os Estados Unidos estavam
estimulando a Guerra Fria adiante, não a URSS. Para os soviéticos, a Guerra
Fria era um veneno econômico. Para os estadunidenses, a Guerra Fria foi uma
forma de arruinar a economia soviética. Devido à autodefesa ter sido a
prioridade, os cientistas e engenheiros da URSS foram canalizados para o setor
militar. Os bens de consumo soviéticos foram, frequentemente, ditos terem sido
de baixa qualidade, mas ninguém diz o mesmo sobre os equipamentos militares
soviéticos. A razão é clara: Os militares tinham a primazia sobre as melhores
mentes e os melhores equipamentos e nunca teve falta de financiamento. Há um
ponto subsidiário: armas soviéticas de alta qualidade por um sistema de
propriedade e planejamento público, apesar do mito de que tal sistema é incapaz
de produzir produtos de alta qualidade (Kotz,2008). A necessidade de canalizar
a maior parte e melhores recursos de pesquisa de desenvolvimento para a área
militar fez com que os outros setores sofressem, e o crescimento do PIB foi
interrompido. Por exemplo, os soviéticos fracassaram em seus esforços para
aumentar a produção de petróleo, por causa dos metais, máquinas, cientistas e
engenheiros necessários para aumentar a produção de óleo que foram enviados
para o setor militar (Allen,2003). Metade de produção de máquina- ferramentas
produzidas e, pelo menos, metade dos gastos em Pesquisas e desenvolvimento
estavam indo para indústria da defesa.
Outra razão para a desaceleração pós-1975 na economia
soviética era que a URSS tinha se ficado enrolada numa armadilha ricardiana
(Allen, 2003). A União Soviética tinha uma oferta abundante de todas as
matérias-primas de uma economia industrial necessária e, a princípio, eles eram
fáceis de alcançar e, portanto, poderiam ser obtidos a baixo custo. Por
exemplo, no início dos anos de industrialização da URSS, minas a céu aberto
foram escavadas perto de centros industriais. Minerais estavam perto da
superfície e poderiam ser transportados em distâncias curtas para fábricas
próximas. Portanto, os custos de produção e transporte eram mínimos. No
entanto, ao longo do tempo, os minerais que estavam perto da superfície foram
escavados para fora e poços tornou-se mais profundo e mais estreito. Em grandes
profundidades, a quantidade de minerais que puderam ser extraídos e os custos
diminuídos para alcançá-los, aumentaram.
Eventualmente as minas foram esgotadas, e novas minas
tiveram de ser abertas, mas bem longe dos centros industriais, o que significa
custos mais elevados para o transporte de matérias- primas para as fábricas. A
indústria do petróleo soviético ficou igualmente presa numa armadilha
ricardiana. No início da década de 1970, a União Soviética foi perdendo $ 4.6
bilhões de dólares por ano para manter sua indústria petrolífera. Como o
petróleo tornou-se mais difícil de alcançar, os soviéticos tinham que ir mais
profundamente e através das rochas mais duras. Os custos aumentaram atingindo
$6.0 bilhões de dólares até o final da década. No início da década de 1980, os
custos haviam subido para $ 9,0 bilhões por ano (Schwizer.1994). Os soviéticos
poderiam ter escapado da armadilha ricardiana procurando por importados mais
baratos. Porém, isso os teria deixado vulneráveis a problemas de fornecimento.
Os Estados Unidos e seus aliados — aqueles que sempre seriam hostis à União
Soviética, exceto quando a conveniência ditava alianças temporárias ou
abrandamento das tensões, poderiam interditar matérias-primas importantes para
URSS para deixar a economia soviética de joelhos ou extorquir concessões. Em
outras palavras, dada a elevada probabilidade de que os Estados Unidos iriam
explorar oportunidades para colocar a União Soviética em desvantagem, comprando
importados mais baratos, em vez de implementar uma política de recursos de
autossuficiência, não era uma opção realista.
Outra razão de a economia soviética ter desacelerado foi o
fato de que os custos para a União Soviética apoiar os seus aliados começaram a
alcançar níveis insustentáveis. Uma forma de reforçar a autodefesa é encontrar
amigos que partilham o mesmo inimigo, e a União Soviética começou a expandir sua
aliança de países amigos, prestando assistência econômica e militar a países e
movimentos hostis às forças reacionárias. Ao fazê-lo, tornou-se o banqueiro
para os movimentos de libertação nacional, os países socialistas do Leste
Europeu, e vários países do Terceiro Mundo, que procuraram escapar e
permanecerem livres da dominação dos poderosos estados capitalistas.
Em 1981, a União Soviética e seus aliados europeus orientais
tiveram 96.000 conselheiros econômicos em 75 países e 16.000 conselheiros
militares em 34 países, em conjunto com um contingente de 39.000 tropas cubanas
na África, um exército que Moscou acabou pagando a conta. Ao mesmo tempo, os
soviéticos foram pegar bolsa de estudos para 72.000 estudantes do Terceiro
Mundo matriculados em universidades soviéticas e do Leste Europeu (Miliband,
1989). Em 1980, Moscou estava gastando 44 bilhões de dólares por ano com seus
aliados (Keeran e Kenny, 2004). Ele deu US $ 4,5 bilhões em ajuda para Varsóvia
a partir de agosto de 1980 a agosto 1981 sozinho para ajudar a conter o
movimento Solidariedade apoiado pelos EUA (Schweizer, 1994). Enquanto isso, a
guerra no Afeganistão estava drenando o tesouro Soviético até a quantia de US $
3 a US $ 4 bilhões por ano. Em outras palavras, os custos para sustentar aliados
tinham crescido enormemente, os custos das matérias-primas foram aumentados, os
melhores cientistas, engenheiros e máquinas-ferramentas estavam sendo
monopolizado pelos militares e gastos militares estavam consumindo uma grande
porcentagem da renda nacional.
Uma grande parte da situação em que os soviéticos se
encontravam deveu-se a uma decisão da administração Reagan que tinha tomado
para tentar paralisar a economia soviética. Em Outubro de 1983, o presidente
estadunidense Ronald Reagan lançou o que se tornaria conhecido como a Doutrina
Reagan ‘‘O objetivo do mundo livre não deve mais ser indicado em negativo, isto
é, como resistência ao expansionismo soviético,” disse o presidente dos EUA.
''o objetivo do mundo livre deve, em vez disso, ser indicado no positivo.
Nós temos de ir para a ofensiva com uma estratégia progressiva para a
liberdade''. A guerra começou.
De modo mais formal, a Doutrina Reagan foi exposta numa
série de decisões diretivas de segurança nacional, ou NSDDs (sigla em inglês).
NSDD-66 foi anunciado que seria a política dos EUA para perturbar a economia
soviética, enquanto que o NSDD-75 comprometeu os EUA a tentar elevar os custos
da economia soviética a fim de mergulhar a URSS numa crise. A economia
soviética era para ser espremida, e uma das medidas era induzir Moscou a
aumentar seu orçamento de defesa (Schmweizer 1994). A alta tecnologia na
corrida armamentista, seria a chave.Ela não só forçaria Moscou a desviar mais
recursos para o setor militar, mas canalizaria ainda mais cientistas,
engenheiros, máquinas-ferramentas e orçamento para pesquisa e
desenvolvimento militar, reduzindo investimentos produtivos e travando a
economia civil ainda mais do que a Guerra Fria já havia feito. O objetivo era
forçar a União Soviética "a gastar sangue precioso para disputar uma
corrida contra um inimigo mais atlético" (Schweizer, 1994), um inimigo que
tinha uma economia maior e mais recursos para durar a corrida, porque tinha
começado a um nível superior de desenvolvimento e foi saqueando vários países ao
redor do mundo de suas riquezas.
Durante os primeiros seis anos de sua presidência, Reagan
mais do que duplicou gastos militares dos EUA, a compra de 3.000 aviões, 3.700
mísseis estratégicos, e perto de 10.000 cisternas (Schweizer, 1994). Para
acompanhar, os gastos militares Soviéticos, anteriormente em 12 a 14 por cento
do PIB, começou a subir. Já duas vezes maior que o dos Estados Unidos como uma
percentagem do rendimento nacional (Silber, 1994) o orçamento de defesa cresceu
mais ainda. Os gastos militares aumentaram 45 por cento em cinco anos,
superando consideravelmente o crescimento da economia soviética. Em 1990, os
soviéticos estavam gastando mais do que 20 por cento do PIB do país em matéria
de defesa (Englund, 2011). Ao mesmo tempo, Moscou aumentou seus gastos militares em pesquisa e desenvolvimento quase duas vezes. Na primavera de
1984, o líder soviético Konstantin Chernenko anunciou que "a complexa
situação internacional nos obrigou a desviar uma grande quantidade de recursos
para reforçar a segurança do nosso país" (Schweizer, 1994).
Enquanto isso, a administração Reagan tinha tomado uma
página do livro de Che Guevara. O revolucionário argentino havia chamado por
não um, não dois, mas três Vietnãs, para drenar o Tesouro dos EUA. Voltando a
doutrina de Che contra o comunismo, o diretor da CIA Bill Casey chamado por não
um, não dois, mas uma meia dúzia de Afeganistãos. Para atolar os soviéticos no
“seu próprio Vietnã”, os mujahedin afegãos foram regados com dinheiro e armas.
Na Polônia, apoio financeiro, inteligência e apoio logístico foram vertidos
para o movimento Solidariedade, forçando Moscou a aumentar o apoio ao governo
polaco (Schweizer, 1994).
Os meios de comunicação soviéticos se queixaram de que os
Estados Unidos queriam impor “uma corrida armamentista ainda mais ruinosa”,
acrescentando que Washington esperava que a economia soviética estaria esgotada
(Izvestiya, 1986). Ministro soviético das Relações Exteriores, Andrei Gromyko,
reclamou que reforço militar dos Estados Unidos teve como objetivo esgotar os
recursos materiais da URSS e forçar Moscou para se render. Gorbachev ecoou
Gromyko, dizendo que os cidadãos soviéticos sobre isso, “os EUA querem esgotar a União Soviética economicamente
através de uma corrida nas armas espaciais mais modernas e caras. O país quer
criar vários tipos de dificuldades para a liderança soviética, para destruir os
seus planos, inclusive na esfera social, no âmbito da melhoria do nível de vida
do nosso povo, assim despertando a insatisfação entre as pessoas com a sua
liderança” (Schweizer de 1994).
Em meados da década de 1980, era claro em Washington e
Moscou, que a União Soviética estava em apuros. Não era que o sistema de
propriedade e planejamento público não estava funcionando. Pelo contrário,
reconhecendo as vantagens do sistema soviético, os próprios Estados Unidos
haviam emulado para estimular a inovação em sua própria economia. Além disso, a
economia soviética ainda estava se expandindo de forma confiável, como tinha
feito todos os anos em tempo de paz desde que Stalin tinha trazido sob o
controle público, em 1928. No entanto, a defesa do país em face de uma
intensificada Guerra Fria estava ameaçando sufocar o crescimento econômico
completamente. Ficou claro que as perspectivas de Moscou para manter o ritmo
com os Estados Unidos militarmente, e, ao mesmo tempo sustentando aliados sob
ataque de insurgentes anticomunistas, estadunidenses alimentando e derrubando
movimentos, estavam longe de ser otimista. Os Estados Unidos haviam manobrado a
União Soviética em uma armadilha. Se Moscou continuasse a tentar se igualar aos
EUA militarmente, isso acabaria por levá-la a falência e sua capacidade de
deter os EUA ficaria perdida. Se não se tentou manter o ritmo, já não se
poderia deter a agressão estadunidense. Não importa o caminho que Moscou tomou,
o resultado seria o mesmo. A única diferença seria o tempo que levaria para o
inevitável acontecer.
Nesse pôr o presidente Gorbachev escolheu atender o inevitável, mais cedo ou mais
tarde. Seu assessor de Relações Exteriores, Anatoly Chernayaev, lembra que foi
“um imperativo para a Gorbachev que tivemos que colocar um fim à Guerra Fria,
que tivemos que reduzir nosso orçamento militar de forma significativa, que
tivemos de limitar nosso complexo industrial militar, de algum jeito” (Schweizer,
1994). A necessidade de frear o orçamento de defesa foi ecoada por outro
consultor de Gorbachev, Aleksandr Yokovlev, que mais tarde recorda que “ficou claro que o nosso gasto militar era enorme e tivemos que
reduzi-lo” (Blum, 1995).
Gorbachev, portanto, retirou o apoio de aliados e
prometeu cooperação com os Estados Unidos. Esta foi uma rendição. A capitulação
foi escondida por trás de frases melosas sobre promoção da cooperação
internacional e promoção dos valores humanos universais, mas a retórica não
escondeu o fato de que Gorbachev estava jogando a toalha. Ele descreveu a
rendição como uma vitória para a humanidade, declarando que ele havia evitado
“a ameaça de guerra nuclear”, terminou a "corrida armamentista
nuclear," reduzido “forças armadas convencionais,” resolvido “inúmeros
conflitos regionais que envolvam a União Soviética e os Estados Unidos, e
substituído a divisão do continente europeu em campos hostis com ... uma casa
comum europeia” (Gorbachev, 2011). Ao reduzir a ameaça de uma guerra nuclear
global, Gorbachev tinha realmente conseguido uma vitória para a humanidade. No
entanto, a vitória foi provocada por ceder aos Estados Unidos, que agora estava
livre para passar por cima países que eram fracos demais para recusar as
exigências dos EUA que produzem para a dominação política, militar e econômica.
Por questões domésticas, Gorbachev-que se identificou com a
posição democrático-social, principalmente, do Partido Comunista Italiano
(Hobsbawm, 1994) tentou transformar a União Soviética num estilo ocidental de
democracia social (Roberts, 1999). Ele citou a necessidade de inverter a
desaceleração da economia soviética como sua justificativa para a transição (Gorbachev,
1988). O crescimento econômico certamente tinha abrandado, e realmente havia o
perigo de que a continuação do crescimento lento iria ameaçar a posição frente
aos rivais capitalistas do seu país. No entanto, a solução de Gorbachev
totaliza, “Se você não pode vencê-los, junte-se a eles.” O aparato de
planejamento, que infalivelmente traçava o percurso para o crescimento
incessante em tempo de paz, foi desmantelado, a fim de levar a economia à
regulação pelas forças de mercado. Ao invés de impulsionar o crescimento
econômico, como Gorbachev esperava, o abandono do planejamento fez exatamente o
oposto. A economia caiu de cabeça em um abismo, a partir do qual os países
sucessores da URSS não sairiam por anos. Como um engraçadinho colocou, “Stalin
encontrou a União Soviética um naufrágio e deixou uma superpotência; Gorbachev
achou uma superpotência e deixou um naufrágio.” Gorbachev ainda é muito
admirado no Ocidente, mas sua popularidade termina na fronteira com a Rússia.
Em março de 2011, uma pesquisa constatou que apenas um em cada 20 russos
admiram o último líder da União Soviética, e que "perestroika", o
nome para o movimento de Gorbachev em direção a uma economia de mercado ",
tem quase puramente conotações negativas” (Applebaum, 2011).
O sistema superior:
Com poucas exceções, o que dizem numa discussão séria sobre
URSS está cheio de preconceito, distorção e equívoco. Trancada em batalha com a
União Soviética, durante décadas, Washington deliberadamente promoveu equívocos
sobre o seu inimigo ideológico. O objetivo era fazer com que a URSS parecesse
sombria, brutal, repressiva, economicamente lenta e ineficiente, e não o tipo
de lugar que ninguém em sã consciência iria querer imitar ou viver. Hoje,
acadêmicos, jornalistas, políticos, funcionários do Estado, e até mesmo alguns
comunistas repetem a velha propaganda da Guerra Fria. A economia
soviética, na opinião deles, nunca funcionou muito bem. No entanto, a verdade
sobre a questão é que ela funcionou muito bem. Ela cresceu mais rápido ao longo
do período que foi de propriedade pública e planejada do que a economia dos
EUA, supostamente dinâmica, para não falar das economias dos países que eram
tão subdesenvolvidas como a URSS era em 1928, quando a economia soviética foi
trazida sob o controle público. A economia soviética era inovadora o suficiente
para permitir que a URSS ultrapassasse os Estados Unidos na exploração
espacial, apesar de os Estados Unidos "terem mais recursos, um evento que
inspirou os estadunidenses a imitar o apoio público da União Soviética para
pesquisa e desenvolvimento. Além disso, o sistema soviético de propriedade
pública e do planejamento empregava de forma eficiente todos os seus recursos
de capital e humano, ao invés de manter exércitos de trabalhadores
desempregados e ineficiente funcionando abaixo de sua capacidade, como as
economias capitalistas regularmente fazem. Todos os anos, 1928-1989, exceto
durante os anos de guerra, a economia soviética se expandido de forma
confiável, proporcionando empregos, abrigo e uma grande variedade de serviços
públicos de baixo custo ou gratuito para todos, enquanto que as economias
capitalistas afundaram regularmente em recessão e que tiveram de lutar
continuamente em meio aos destroços de vidas humanas.
O Conselho Nacional de Inteligência estadunidense faz um
alerta preocupante de que a economia mundial tendente à crise poderia produzir
o caos e angústia numa escala ainda maior do que a última crise (Shanker,
2012). Oferecendo um “prognóstico sombrio” sobre a economia mundial, a ONU
adverte que “uma nova recessão global que afunda muitos países em um ciclo de
austeridade e desemprego durante anos” (Gladstone, 2012). Mas, ao mesmo tempo,
somos informados de que a economia soviética nunca funcionou, e que o
capitalismo, com suas crises regulares, falha em não promover emprego, comida,
roupas e abrigo a todos, é ao mesmo tempo a única opção e o sistema superior.
Claramente, não é um sistema superior, ao contrário, é claramente inferior e
tampouco a única opção. Não só podemos fazer melhor, temos feito melhor.
É hora
de derrubar o muro de equívocos politicamente engendrados sobre a propriedade
pública e do planejamento. Por muito tempo, o muro nos impediu de ver um modelo
alternativo viável ao capitalismo, cujo histórico de pontos de sucesso
inigualável para um futuro realista e possível aos “99 por cento”, um futuro
livre de desemprego, recessão, extremos de riqueza e pobreza, e onde bens e
serviços essenciais estão disponíveis sem nenhum custo para todos.
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uma população urbana crescente e de oferecer matérias primas agrícolas
necessárias às industriais.'' (SACHS, Ignacy. Desenvolvimento: includente,
sustentável, sustentado. Rio de Janeiro: Garamond, 2008, pp.77-78)
cadê os coxinhas liberais ?
ResponderExcluirA URSS avança em razão da concorrência com EUA. O Comercio entre países também é interessante, embora o fim da 2a Guerra coloque os EUA como os grandes compradores, estes passam a ameaçar cortes de relações comerciais com quem mantivesse seus acordos com a União Soviética.
ResponderExcluirEnfim, a URSS tb se aproveitou dos países adjacentes á Rússia para fazer alocações de recursos, prejudicando suas sociedades.
Isso é uma tempestade de mentiras kkkkkkkkkk
ResponderExcluirNossa, "refrugou"
ExcluirFaltou citar o Holomodor...
ResponderExcluirHiroshima e Nagasaki? Haiti? Síria? Afeganistão? Irã? Brasil? Nicarágua? Vietnã? Hum... realmente faltou mesmo!
Excluir"onde bens e serviços essenciais estão disponíveis sem nenhum custo para todos."
ResponderExcluirO argumento de que não há custos na prestação de serviço é um excelente contraponto ao valor do trabalho. Para que não haja custo é necessário mão de obra escrava.