"Todo conservador é um sádico." |
O texto é de autoria de Mauro Iasi (professor e
presidente do PCB), publicado no site da Boitempo Editorial.
“Atrás da aparente beleza, estão os
assassinos em massa, a abolição da dignidade, os campos de trabalho forçado, a
rejeição de toda a noção de liberdade e fraternidade. (…) [O comunista] é
aparentemente inofensivo, será o seu mais querido amigo, o mais sincero, o mais
leal… até o dia em que ele o assassinará pelas costas.”
(O GORILA, folheto anticomunista distribuído no interior
das Forças Armadas como preparação para o Golpe de 1964)
Há um certo espanto com as
recentes manifestações de direita no Brasil, como se fossem algo fora do lugar
e do tempo, resquícios de um tempo obscuro que se esperava superado. Por outro
lado, espantam-se os que crêem que tal fenômeno é absolutamente novo – daí os
epítetos tais como “nova direita”, “onda conservadora” e outros. Acreditamos
que o conservadorismo que se apresenta na ação política de direita não é algo
do passado que se apresenta anacronicamente no cenário de uma democracia, nem
algo novo que brota do nada.
O conservadorismo sempre esteve por aqui, forte e persistente. O fato é que não foi enfrentado como deveria e nos cabe
perguntar: por que?
CONSERVADORISMO E LUTA DE CLASSES
O conservadorismo não pode ser
entendido em si mesmo, ele é expressão de algo mais profundo que o determina.
Estamos convencidos que ele é uma expressão da luta de classes, isto é, que
manifesta em sua aparência a dinâmica de luta entre interesses antagônicos que
formam a sociabilidade burguesa. Nesta direção é importante que comecemos por
delinear o cenário no qual o conservadorismo se apresenta.
O impacto da ação política de
direita espanta aqueles que julgavam que as classes sociais não eram mais
categorias que poderiam explicar a sociedade contemporânea. De certa forma,
prevaleceu uma estratégia política que orientou de forma determinante a ação
política dos trabalhadores que esperava amenizar ou contornar a luta de classes
para que fosse possível um conjunto de reformas de baixa intensidade no longo
prazo.
Esta estratégia, denominada de
Democrática e Popular, se fundamenta na convicção que a crise da autocracia
burguesa permitiria superar uma característica histórica de nossa formação
social, isto é, seu caráter “prussiano”. O Brasil era uma sociedade com um
Estado forte e uma sociedade civil fraca, assim o fortalecimento da “sociedade
civil” geraria um cenário no qual a disputa de hegemonia favoreceria às classes
trabalhadoras, diminuindo o espaço próprio da direta e favorecendo a política
de esquerda.
Não foi o que ocorreu. A
estratégia burguesa de transição pelo alto, controlada e segura, venceu. Não
porque não se tenha fortalecido a sociedade civil burguesa e o Brasil não tenha
se “ocidentalizado” nos termos gramscianos, mas justamente pelo fato do
fortalecimento da sociedade civil burguesa ter acabado por criar um quadro no
qual a hegemonia burguesa se consolidou, diminuindo e não ampliando o espaço
para a política de esquerda.
Há aqui duas incompreensões
graves no que diz respeito ao conceito de hegemonia e, por conseguinte, da
compreensão do caráter do Estado. Prevaleceu uma visão mecânica que associou a
autocracia ao uso da força e a democracia ao consenso. Desta forma dicotômica,
ao optar pela disputa de hegemonia supostamente favorecida pelo fortalecimento
da sociedade civil burguesa, retira-se da paleta de opções políticas o uso da
força – seja da esquerda, abandonando a perspectiva de ruptura revolucionária,
seja pela direita, com sua tradicional tendência golpista que interrompe os
processos institucionais.
A maneira de contornar a luta
de classes e tornar possível as reformas de longo prazo seria o pacto social.
Isto é, deixar a burguesia ganhar seus lucros e criar as condições favoráveis
para seus negócios enquanto, pouco a pouco, gotejam melhorias pontuais para os
mais pobres. Assim a burguesia não teria razão para interromper o processo
político e a disputa seria desviada para o terreno que interessaria aos
trabalhadores: a disputa eleitoral e o reformismo de baixa intensidade
gradualista que seria aceito pelas classes dominantes uma vez que não se trata
de nenhuma mudança socialista, mas de buscar uma maior justiça social.
Neste cenário ideal a direita
e suas manifestações mais gritantes se isolariam, o conservadorismo iria
cedendo espaço para uma consciência social cada vez mais progressista e
viveríamos felizes para sempre.
A primeira incompreensão grave
é que a hegemonia de uma classe social não se define, pelo menos como Gramsci
pensava a questão, pela mera disputa das consciências sociais e da
legitimidade, mas tem suas raízes nas relações sociais de produção e de propriedade
determinantes numa certa época histórica. A hegemonia nasce da fábrica, dizia o
comunista italiano. Querer reverter a direção moral de uma sociedade mantendo
as relações sociais de produção e formas de propriedade inalterada é uma tarefa
impossível.
Da mesma forma é impossível
separar os dois elementos constitutivos do Estado, isto é, a coerção e a busca
do consenso. Dizia Gramsci:
“O exercício “normal” da hegemonia,
no terreno tornado clássico do regime parlamentar, caracteriza-se pela
combinação da força e do consenso, que se equilibram de modo variado, sem que a
força suplante muito o consenso, mas ao contrário, tentando fazer com que a
força pareça apoiada no consenso da maioria”
(Antonio Gramsci, Cadernos do Cárcere, v. III, 2007, p. 95)
Vejam que combinados os
elementos do par dialético força/consentimento, o Estado burguês precisa
apresentar sua dominação de classe como expressão de um interesse geral, e não
de seus egoístas interesses particulares.
Esta é a função da ideologia, mas como isso é possível?
Como já diziam Marx e Engels
na Ideologia alemã, as ideias
dominantes em uma soctiedade são as ideias das classes dominantes, mas estas só
são dominantes porque expressam no campo das ideias as relações que fazem de
uma classe a classe dominante. Tal aproximação teórica é essencial à
compreensão do nosso tema.
O conservadorismo não é um
desvio cognitivo ou moral, não é fruto de uma educação malfeita ou de
preconceitos vazios de significado. O conservadorismo é uma das expressões da
consciência reificada, nos termos de Lukács, ou do chamado senso comum, nas
palavras de Gramsci, isto é, é um expresso da consciência imediata que
prevalece em uma certa sociedade e que manifesta, ainda que de forma
desordenada e bizarra, os valores determinantes que tem por fundamento as
relações sociais determinantes.
Neste sentido, o
conservadorismo não veio de lugar nenhum, sempre esteve ali nas relações que
constituem o cotidiano e na consciência imediata. As características desta
consciência imediata já foram delineadas por Lukács e se centram nos seguintes
aspectos:
a) imediaticidade, o
que significa que é uma consciência que se forma nas relações imediatas do ser
social com as coisas e pessoas próximas, nos contextos presenciais e que tem
por horizonte de ação o tempo presente;
b) heterogeneidade,
o que implica que as diferentes esferas de ação da pessoa no trabalho, na vida
afetiva, nos vínculos com o sagrado (o que inclui o futebol, além da religião),
na adesão à valores morais, ganham autonomia e coexistem lado a lado sem a
exigência de coerência entre os elementos que conformam um determinado modo de
vida e uma correspondente concepção ideal de mundo;
c) superficialidade
extensiva, ou ultrageneralização, mecanismo pelo qual a experiência
imediata é estendida e universalizada de contextos particulares para
generalizações carentes de mediações, o que leva ao preconceito como forma
imediata do pensamento no cotidiano.
Esta consciência imediata
forma um senso comum, bizarro e ocasional, isto é, formado por elementos
dispares e heterogêneos relativos aos diferentes grupos ou segmentos sociais
que o indivíduo entra em contato em sua vida, na família, nos diversos grupos,
no trabalho, na vida pública e outras esferas.
Ainda que todo senso comum
expresse as relações sociais determinantes e, portanto, valores da ordem
burguesa, nem todo senso comum é conservador. Faz parte do senso comum, até
pela característica da imediaticidade, a reação a uma situação vivida como
injusta ou intolerável, a necessidade da solidariedade entre os que vivem as
mesmas situações, o que constitui um núcleo saudável do senso comum ou o bom
senso. Entretanto, tais características também são cruzadas pela luta de
classes, isto é, podem ser elementos basilares da constituição de uma consciência
de classe dos trabalhadores ou de formação de uma ação política conservadora.
Neste ponto as duas dimensões
da análise se encontram. A estratégia gradualista e o governo de pacto social
que dela deriva, desarmam a consciência de classe forjada nas décadas
anteriores e criam uma situação na qual a consciência dos trabalhadores
reverte-se novamente em alienação, em serialidade, fortalecendo o senso comum.
A consciência de classe dos trabalhadores pressupõe uma clara definição do
inimigo, como dizia Marx, para que os trabalhadores se vejam como uma classe
que pode representar uma alternativa universal para a sociedade, outra classe
tem que se expressar como um empecilho universal, um entrave que precisa ser
superado; ou como dizia Freud, só é possível manter alguns em união quando se
dirige o ódio para outros.
O pacto social e a política da
pequena burguesia procuram diluir as diferenciações de classe, em outras
coisas, com a enganosa ideia de nação. Ocorre que a consciência de classe não é
uma naturalidade sociológica, de forma que cada classe tem a consciência que
lhe corresponde, mas ela se forma na ação política desta classe e, em grande
medida, pala forma política que assume sua vanguarda. Uma ação política
classista gera um forte sentimento de pertencimento e identidade de classe, uma
política diluída de cidadãos, consumidores, parceiros, e outras gera
indiferenciação, permitindo que se imponha a inércia da visão de mundo própria
da sociedade dos indivíduos em livre concorrência.
Desarmada a classe
trabalhadora de sua consciência de classe, a luta de classes que se esperava
contornar e que é impossível de evitar, se manifesta. É fácil identificar os
setores de direita que operam no jogo político, mas não é tão simples entender
por que meios logram a adesão de segmentos sociais diversos.
A iniciativa política e o
trabalho ideológico da direita é facilitado por um mecanismo que Althusser
identificava como “reconhecimento”, isto é, a ideologia só pode ser efetiva se
o valor ideológico encontrar na consciência imediata algo que produza um
reconhecimento e assujeite a pessoa a determinadas práticas. Neste ponto, o
funcionamento da ideologia é preciso. As relações sociais interiorizadas na
forma de valores que constituem uma determinada visão de mundo são apresentadas
a estes valores agora na forma do discurso ideológico.
Ocorre que o discurso não é uma
mera reapresentação do conteúdo mais substantivo das relações sociais
internalizadas, ele o conforma de uma determinada maneira e com certa
intencionalidade, produzindo um efeito político extremamente útil à dominação.
Certas palavras chaves, “significantes mestres” nos termos de Lacan, ordenam a série
de palavras que são veículos de valores dando consistência a uma determinada
visão de mundo orientada ideologicamente.
Isto significa, em última
instância, algo muito simples. A disputa de hegemonia, que implica também, mas
não somente, na disputa das consciências, é uma luta de classes e não um debate
sobre valores. Só se afirmar uma visão de mundo, numa sociedade de classes,
contra outra visão de mundo. Neste sentido a meta do consenso nos quadros do Estado
burguês é ela mesma ideológica.
No inevitável acirramento da
luta de classes, os governistas do pacto social ficam à deriva porque não
esperavam ter que enfrentar a direita neste cenário na qual ela, ao contrário
dos gradualistas, consegue dialogar com a consciência imediata das massas. E o
fazem operando eficientemente os elementos do conservadorismo deixado
inalterado.
CONSERVADORISMO E FASCISMO
Há um certo exagero conceitual
na tentativa de identificar este conservadorismo como fascista. Mas, nos seria
útil identificar nesta ideologia elementos que correspondem ao discurso
conservador no intuito de compreender sob que significantes o conservadorismo
abre o diálogo com a consciência imediata.
Leandro Konder em seu livro Introdução ao fascismo (São Paulo,
Expressão Popular, 2009) nos dá um bom caminho nesta direção. Primeiro
ressaltemos que o fascismo, tal como Togliatti e outros definiram, é uma
expressão política da pequena burguesia que serve aos interesses do grande
capital monopolista/financeiro e que logra um apoio de massas nas classes
trabalhadoras. Ideologicamente ele opera necessariamente apagando suas pegadas
relativas ao seu pertencimento de classe, e para tanto é essencial a ideia de
Nação, de onde deriva a primeira característica do pensamento conservador: ele
é extremadamente nacionalista.
A esquerda sempre flertou com
a ideia de nação, mas ela é um patrimônio da direita e uma propriedade
intelectual da pequena burguesia, que por ser uma classe de transição (não é
trabalhadora nem burguesa) se crê acima dos interesses de classe, sendo a
legitima detentora do interesse nacional. Não cabe aqui avançar na discussão se
este valor pode ou não servir a propósitos de esquerda – já serviram. Sempre
achei temerário e as consequências não costumam ser boas. O que nos interessa
diretamente aqui nesta reflexão é que a direita, de novo, manipula com
eficiência esta ideia vaga que a nação precisa ser defendida contra seus
adversários e sai às ruas com as cores da CBF.
Outro aspecto importante a ser
destacado na ideologia fascista, que aqui nos serve apenas de parâmetro de
análise, é o pragmatismo imediatista. Derivado de um quadro de referência
imediato, de problemas ou contradições que lhe afetam de forma direta, o
fascista assim como todo conservador quer uma solução. Não há história, assim
como inexistem determinações fora do campo do visível. Desta forma o pensamento
conservador não se preocupa se antes falava uma coisa e agora fala outra, pois
não conexão entre estas dimensões, só existe o agora, o presentismo exacerbado.
Dane-se o passado e não me interessa as consequências disso para o futuro, me
interessa o gozo presente, o êxtase.
Tal característica remete a
outras duas próprias do pensamento conservador: a preponderância das paixões e
o irracionalismo. Como não existem determinações mais profundas além da
aparência dos fenômenos, assim como não existe história que articule formas
passadas aos presentes, tudo se resume a reação instintiva e animal, as
paixões. Daí que o conservador é por natureza violento e irracional.
Um fato ilustra bem isso. Um fotógrafo mineiro foi agredido na
manifestação da direita porque se parecia com Lula. Vejam, um ser racional
não agrediria alguém por querer participar de ato público, mas um ser
irracional não se permite perguntar algo ainda mais elementar: o que estaria
fazendo o ex-presidente da República disfarçado de repórter num ato da direita?
Tentar buscar algum tipo de
racionalidade na direita conservadora (uma redundância, não é?) é tarefa
inútil. Assim como a Globo tentando derivar dos atos uma pauta, quando se via
claramente um exercício sistemático de ódio; ou ainda a presidente Dilma e seus
perdidos ministros reafirmando questão abertas ao diálogo com a malta que pede
sua cabeça.
Há um aspecto que deriva,
tanto do nacionalismo, como do imediatismo e do irracionalismo apaixonado: o
preconceito. Todo fascista e a maioria dos conservadores tem que desembocar,
mais cedo ou mais tarde, em algum tipo de supremacia que justifique sua ação.
Aqui ganha uma densidade visível a operação do princípio freudiano segundo o
qual o que permite a solidificação da identidade grupal é a transferência do
ódio para algo ou alguém fora do grupo. É preciso criar um estigma, um
preconceito, para que a paixão violenta se expresse.
Não basta a oposição a um
governo, um debate sobre alternativas de sociedade. Isto tudo é racional
demais. É preciso colar algo mais atávico, afetivo, que mobilize paixões
irracionais. Daí a funcionalidade dos estigmas, e entre eles do anticomunismo,
ainda que o alvo da raiva não seja, nem de longe, algo parecido com uma
alternativa comunista. Desta maneira eu posso atacar, pedir o impedimento,
xingar, desejar matar e acusar sem entender o porquê. Simplesmente porque é
comunista (ou judeu, ou negro, ou homossexual, etc).
Em função da grande carga
afetiva mobilizada na opção conservadora, ela exige e pressupõe a repressão da
sexualidade, como já analisou brilhantemente Willian Reich. Por isso o fascista
e o conservador é um ‘moralista’. O moralismo e suas manifestações associadas,
como a intransigente defesa da família, por exemplo, são um elemento constante
no discurso conservador, mas aqui também é necessário a alteridade, um outro
que ameace a ordem e a harmonia do padrão moral, daí que não nos espanta que o
discurso conservador associe o nacionalismo, a irracionalidade, o moralismo com
a homofobia.
Por fim, o fascismo sempre foi um crítico da democracia e do regime parlamentar
e defendeu a solução autoritária. O conservadorismo é sempre elitista. A
noção de supremacia, seja racial ou outra qualquer, age aqui como a convicção
que o governo deve ser entregue a uma elite capaz, forte e moralmente firme,
para conduzir a sociedade na direção correta. No fundo o autoritarismo é uma
consequência de tudo o que foi dito, pois aquele que clama contra o desvio
moral, o risco da corrupção, na verdade está clamando por controle, inclusive
contra seus próprios impulsos. Todo conservador é um sádico.
O que nos salta aos olhos é
que estes elementos do discurso ideológico conservador produz a função do
reconhecimento com os elementos da consciência imediata reificada, com o senso
comum. Por ouro lado, a consciência de classe se constitui num tortuoso
processo de rompimento com o senso comum, ainda que sempre partindo dele.
A única maneira de enfrentar o
discurso e a prática política da direita é revelando sua particularidade e a
natureza de seus interesses de classe. No entanto esta não é uma mera operação
racional, em grande medida a luta de classes exige que a transição da alienação
para a consciência de classe também opere com mecanismos subjetivos, de
identidade de classe, de formação de uma nova subjetividade, de transformação
cultural. O fascismo só tem espaço para crescer na derrota da esquerda.
Contra esta ofensiva da
direita, que era inevitável, seria necessário agora uma classe trabalhadora que
constituída enquanto classe e portadora de valores e uma visão de mundo
revolucionária, que visse na ameaça fascista a necessidade de sua maior
unidade. Na ausência desta consciência de classe, na desarticulação da visão de
mundo de esquerda que poderia ordenar o senso comum numa direção diferente, os
membros das classes trabalhadoras são devolvidos à serialidade e viram presas
do discurso conservador.
Enganam-se os que querem
restringir o pensamento conservador a uma categoria de eleitores, ou apenas aos
segmentos médios. O grande risco é que a base de massas para alternativas
conservadoras (não creio que no momento possam ser identificadas como
fascistas) não pode ser somente as chamadas “classes médias”, ainda que sejam
estas a caixa de ressonância por natureza da proposta conservadora. O alvo é
outro. São os trabalhadores. Por isso o abandono das demandas próprias de nossa
classe pelo governo de pacto social é o caminho mais rápido para dotar a
alternativa de direita da base social que ela precisa.
Nota:
Extraído de: